Coreias concordam em aumentar salários dos operários do polígono conjunto

Seul, 18 ago (EFE).- Seul e Pyongyang concordaram nesta terça-feira em aumentar em 5,18% o salário mínimo dos operários norte-coreanos que trabalham para empresas da Coreia do Sul no complexo industrial conjunto de Kaesong, no que se considera um avanço para a melhora das relações bilaterais.

O acordo pôs fim a um longo conflito entre os governos das duas Coreias iniciado no final do ano passado, quando o Norte decidiu unilateralmente impor a alta salarial, mas o Sul se negou a aceitar e exigiu realizar uma negociação.

Segundo o estipulado, o salário mínimo mensal dos aproximadamente 55.000 operários norte-coreanos que trabalham no polígono para 124 empresas da Coreia do Sul se elevará a US$ 73,87, segundo confirmou uma representante do Ministério da Unificação de Seul.

Uma fonte do governo esclareceu à Agência Efe que, após o aumento e contando com alguns complementos, o salário médio dos trabalhadores do Norte será de aproximadamente US$ 166 mensais brutos.

O Executivo sul-coreano considera o acordo “um bom começo” no intuito de melhorar as deterioradas relações entre as duas Coreias, mas reconhece que “ainda resta um longo caminho por recorrer”, segundo a representante do Ministério da Unificação.

O complexo industrial de Kaesong é o único projeto conjunto que Norte e Sul mantêm desde a aproximação que os governos de ambos países protagonizaram no início da década passada.

Ali as empresas sul-coreanas aproveitam a mão-de-obra extremamente barata do país vizinho, enquanto para o governo norte-coreano Kaesong representa uma importante fonte de divisas, já que se apropria de grande parte dos salários dos trabalhadores.

O acordo entre as duas Coreias chega em um momento de especial tensão nas relações bilaterais, já que Seul acusa Pyongyang de ter colocado as três minas que explodiram no último dia 4 e mutilaram dois soldados sul-coreanos que patrulhavam perto da fronteira.

Norte e Sul se mantêm tecnicamente enfrentados desde a Guerra da Coreia (1950-53), que finalizou com um armistício nunca substituído por um tratado de paz. EFE