Crimes dos EUA e Israel são a maior preocupação para muçulmanos, diz aiatolá

  • Por Agencia EFE
  • 23/09/2015 14h40

Teerã, 23 set (EFE).- As “perversas políticas” dos EUA e os “crimes do regime sionista” de Israel são as maiores preocupações para todos os muçulmanos, que deveriam assumir sua “responsabilidade” perante elas, segundo afirmou o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.

Em comunicado dirigido aos fiéis muçulmanos que participam da sagrada peregrinação anual rumo à cidade santa de Meca e divulgado nesta quarta-feira, Khamenei, a máxima figura política e religiosa do Irã, refletiu sobre o sentido de dita prática, um dos pilares do islã, e sobre a situação dos muçulmanos no mundo.

“Hoje, as perversas políticas dos EUA na região, que causaram guerra, destruição, banhos de sangue, pobreza, atraso e discórdias tribais e religiosas, e os crimes sionistas na Palestina realizados com completa malevolência e perversão, são a preocupação central para todos os muçulmanos”, afirmou o líder.

Khamenei insistiu que todos aqueles que professam o islã são obrigados a “refletir” sobre essa situação e conhecer “suas responsabilidades islâmicas” perante a mesma, uma obrigação que afeta particularmente as elites religiosas, políticas e culturais dos países muçulmanos e que “infelizmente é ignorada”.

Nesse sentido, o aiatolá, a maior figura representativa do islã xiita, majoritário no Irã, mas minoritário no contexto do mundo islâmico, pediu a todos que afrontem esses dois temas com prioridade perante qualquer outro assunto.

“Os ulemás, ao invés de impulsionar a discórdia religiosa; os políticos, ao invés de adotar perspectivas passivas para o inimigo, e as personalidades culturais, ao invés de se ocuparem com assuntos triviais, deveriam identificar estas grandes dores e se voltar para essa missão, pela qual são responsáveis perante a Justiça divina”, acrescentou.

Khamenei apontou como marcados com “as impressões digitais da arrogância global” os conflitos do Iraque, do Iêmen, do Bahrein, de Gaza e da Cisjordânia, e dos países do norte da África e pediu “uma resolução para os mesmos “que surja dos governos muçulmanos”.

A mensagem de Khamenei seguiu a linha habitual da política externa iraniana, na qual acusa os países muçulmanos na região de atuar em benefício dos EUA e Israel e de ignorar as exigências de seus próprios povos.

Particularmente as monarquias sunitas do Golfo Pérsico são o alvo destes ataques, em um contexto no qual se somam as rivalidades geoestratégicas pela hegemonia regional com disputas religiosas entre sunitas e xiitas e culturais e históricas entre povos árabes e persas.

Neste sentido, o líder não duvidou em atacar em sua mensagem os reis da Arábia Saudita, protetores da cidade de Meca, lembrando sua responsabilidade e seu fracasso ao proteger a segurança do santuário mais sagrado do islã após o acidente de 11 de setembro que matou mais de 100 peregrinos no interior da Grande Mesquita. EFE

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