Cuba afirma que não deve constar em nenhuma lista negra “unilateral” dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2015 16h39

Havana, 29 jul (EFE).- O governo de Cuba afirmou nesta quarta-feira que não deve constar em nenhuma lista negra “unilateral” nem ser vigiado pelos Estados Unidos em resposta à retirada do país da lista de nações que não faziam o suficiente para combater o tráfico humano.

“Cuba não deve constar em nenhuma lista unilateral nem ser objeto de vigilância alguma”, assinala um comunicado divulgado no site da chancelaria cubana, no qual se reitera o compromisso do governo de Raúl Castro “com a tolerância zero na luta contra a prostituição e o comércio sexual ou outras formas de tráfico humano”.

O governo cubano destaca nesse comunicado que a ilha trabalha para cumprir “os padrões internacionais em matéria de luta contra este flagelo e outros delitos de caráter global”.

Uma semana depois do restabelecimento dos vínculos diplomáticos bilaterais e dois meses após a retirada de Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo, o Departamento de Estado dos EUA retirou Cuba nesta segunda-feira da pior categoria de seu relatório anual sobre o tráfico de pessoas no mundo.

No comunicado, o Ministério das Relações Exteriores cubano considera que o relatório americano sobre o tráfico humano “continua apresentando elementos tendenciosos e manipulados” sobre o trabalho “abnegado” e de “amplo reconhecimento internacional” dos colaboradores médicos da ilha em terceiros países.

Segundo a chancelaria, o texto “distorce o caráter educativo e formativo do sistema educacional cubano” ao mostrar como “trabalho forçado” as “tarefas realizadas pelos estudantes cubanos” dentro da iniciativa conhecida desde o início da revolução como “escola ao campo”.

A inclusão nesta lista, na qual permanecem Venezuela, Rússia, Irã, Síria e Coreia do Norte, abre a porta para a imposição de sanções como o congelamento da ajuda não humanitária e não comercial por parte dos EUA.

Cuba aparecia nessa relação desde 2003 e foi transferida este ano à categoria denominada de “observação especial”, na qual estão também Bolívia, Costa Rica, Haiti, Jamaica e China, entre outros.

O relatório sobre o tráfico humano examina a situação em 188 países do mundo e avalia o grau em que seus governos cumprem os padrões de combate a esse flagelo estabelecidos em uma lei americana do ano 2000. EFE

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