Dados do Cempre 2014 refletem crise econômica e tendência é de piora, diz IBGE

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/06/2016 12h40
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O governador Geraldo Alckmin durante a entrega das obras de ampliação e modernização do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Estação Brás do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Data: 13/01/2015. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2AD Edson Lopes Jr/A2AD emprego

Pela primeira vez desde o início da elaboração do Cadastro Central de Empresas (Cempre) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, houve queda no número de pessoas jurídicas mapeadas no levantamento. O recuo foi de 5,4%, para 5,1 milhões de empresas e outras organizações ativas, um reflexo da crise econômica que se aprofundou no ano passado. O número de pequenas empresas (com faixa de pessoal ocupado de 0 a 9) foi o que mais caiu no período (-6,3%).

“Acredito que sejam os primeiros sinais dessa crise que estamos vivendo agora. As pequenas empresas são as que sofrem mais rapidamente”, disse, nesta sexta-feira (17), a analista do Cadastro Central de Empresas do IBGE, Katia Carvalho. O comércio e a indústria de transformação, que participam com um maior número de companhias, foram os mais atingidos.

O ano de 2014 teve as menores variações anuais em todas as variáveis analisadas pelo instituto. O pessoal ocupado assalariado teve um crescimento de 0,8%, mas uma das hipóteses é que pequenos empresários que fecharam suas empresas tenha passado a ser assalariados. O número de sócios proprietários também caiu 3,9% em 2014.

Os dados também mostraram queda da formalização de população ocupada nas instituições analisadas, de 53,4%, em 2013, para 51,7% em 2014. Segundo o IBGE, houve aumento do pessoal ocupado total nas empresas, muito embora o menor da série, sendo este, por isso, inferior ao crescimento da população economicamente ativa (PEA, pessoas em idade ativa à procura de trabalho), “podemos falar de um aumento da informalidade no mercado de trabalho como reflexo do início da crise “, diz Katia.

Diante da deterioração da economia de lá para cá, a tendência é que os dados piorem no próximo levantamento, pondera o gerente de Disseminação Francisco de Souza, “nós percebemos que foi o início de um processo de queda. Não sabemos como vai se comportar o dado em 2015, mas provavelmente pode haver um número parecido com o de 2014 ou um pouquinho pior”.

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