Defensor público da Venezuela afirma que seu país vive “democracia plena”

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h01

Brasília, 7 mai (EFE).- O presidente do Poder Cidadão e Defensor do Povo da Venezuela (equivalente ao cargo de defensor público), Tarek William Saab, afirmou nesta quinta-feira em um discurso na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal que seu país vive uma “democracia plena” e condenou a censura que a Câmara dos Deputados brasileira aprovou contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Ele foi recebido na mesma sala em que, horas antes, outro grupo do Senado se reuniu com Mitzy Capriles e Lilian Tintori, esposas do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e de Leopoldo López, ambos opositores do governo e presos por suposta conspiração. Ao contrário desse encontro, para o qual faltavam lugares na sala, no de Saab estavam presentes apenas quatro dos 19 senadores membros da comissão.

“Chama a atenção que os que falam de liberdade, de debate e de democracia, e no Senado brasileiro têm a ousadia de votar contra a Venezuela e agora se ausentam quando o chefe de um poder público vem conversar democraticamente com eles”, afirmou.

Saab reprovou a ausência dos senadores em sua reunião, convocada para tratar da situação política venezuelana, como a censura aprovada pelo Senado esta semana contra o governo de Maduro. Conforme explicou, Ledezma, López e outros opositores não foram presos por discordarem do governo, mas por serem acusados de atividades “terroristas”, sobre as quais a Justiça determinará se são ou não culpados.

Ele garantiu que seu escritório, como responsável pelos direitos humanos na Venezuela, faz visitas regularmente aos detidos e nelas verifica que não há maus tratos ou torturas.

Saab lembrou que a maioria dos detidos foi à prisão por participação no que qualificou como uma “insurreição”, em alusão às manifestações ocorridas nos primeiros meses do ano passado, que deixaram 43 mortos e centenas de feridos.

“Foram manifestações terroristas armadas e criminosas”, disse ele, que destacou que entre os mortos houve nove membros de organismos de segurança do Estado. EFE

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