Delegações sírias não chegam a acordo para continuar diálogo de paz
Genebra, 15 fev (EFE).- As duas delegações sírias que representam o governo e a oposição concluíram neste sábado a segunda rodada de negociações sem um acordo sobre uma próxima reunião e sobre a continuação do processo de paz.
“Acho que é melhor que cada parte reflita e assuma a responsabilidade se quiserem que continuemos”, manifestou em entrevista coletiva o mediador internacional, Lakhdar Brahimi.
Brahimi, visivelmente pessimista sobre o rumo do processo, pediu desculpas em várias ocasiões pela falta de progressos.
Embora não tenham definido uma data para uma nova reunião, as partes concordaram quanto à agenda das negociações em uma hipotética terceira rodada, que Brahimi espera que aconteça em algum momento.
A proposta do mediador para o próximo encontro aceito pelas delegações é discutir o primeiro dia que voltarão a se ver pelo fim da violência e a luta contra o terrorismo; e o segundo dia estaria reservado à formação de um órgão de governo transitório.
“Pelo menos acordamos uma agenda, mas falta decidir a maneira de abordá-la”, acrescentou o mediador.
Brahimi reconheceu que neste segundo rodízio de conversas não se alcançaram avanços, mas lembrou que da anterior fase negociadora saiu um pequeno acordo para uma trégua humanitária em Homs, que “abre uma nova esperança para começar a sair desta crise”.
Brahimi deve viajar nas próximas semanas a Nova York para informar ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança.
Sobre o papel que Washington e Moscou, como promotores do processo, poderiam desempenhar nos próximos encontros entre sírios, o mediador afirmou que os russos e americanos são “membros da ONU e membros importantes do Conselho de Segurança”.
“Nenhum deles pode desviar os olhos da crise na Síria. Certamente haverá trabalho conjunto entre a ONU e esses países”, precisou.
O processo de paz está estagnado pelas diferenças de critério entre as partes para abordar o Comunicado de Genebra, o documento em que se baseiam as negociações de Rússia e EUA em junho de 2012, que menciona a cessação das hostilidades e a necessidade de uma transição política na Síria.
“O Comunicado de Genebra não é um fim, mas algo que serve para ajudar ambas as partes a se sentarem juntas e iniciarem o longo caminho para acabar com o conflito”, disse Brahimi a respeito. EFE
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