Democratas querem atrasar proposta de Obama para agilizar acordos comerciais

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 15h24

Washington, 4 mai (EFE).- O líder da minoria democrata no Senado dos Estados Unidos, Harry Reid, indicou nesta segunda-feira (data local) que representantes do partido no Congresso tentarão bloquear o debate da chamada lei da “via rápida” para agilizar acordos comerciais firmados pelo país.

Reid, que faz parte de um grupo de importantes democratas que se opõem abertamente aos programas de livre-comércio defendidos pelo presidente Barack Obama, disse em entrevista ao “The Huffington Post” que há “duas questões muito complicadas” que devem ser consideradas antes de analisar a “via rápida”.

Os dois assuntos que o Senado deve abordar de forma prioritária, segundo Reid, são uma lei para autorizar a dotação de fundos para rodovias e uma modificação da Lei de Vigilância da Inteligência Estrangeira (Fisa, na sigla em inglês).

“Acho que o comércio deverá esperar até que retornemos”, apontou o democrata, em referência ao recesso dos senadores americanos entre os dias 23 e 31 de maio, indicando a possibilidade de adiar o debate sobre a “via rápida” para junho.

Conhecida como “via rápida”, a Lei de Promoção do Comércio pretende facilitar a negociação de pactos comerciais dos EUA com outros países, como o Acordo de Associação Transpacífica (TTP) ou o Acordo Transatlântico para o Comércio e o Investimento (TTIP).

Se for aprovada, permitirá que a negociação seja encerrada sem a interferência do Legislativo desde que o presidente cumpra com alguns parâmetros preestabelecidos pelo Congresso.

Os parlamentares, então, só teriam o poder de aprovar ou rejeitar o pacto. Atualmente, os textos podem ser modificados através de emendas.

O objetivo fundamental do texto, que em princípio teria validade de três anos, seria conseguir de maneira mais rápida a entrada em vigor do TPP, que envolve 11 países da América Latina e Ásia Central, o maior acordo comercial dos EUA desde o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), com o México e o Canadá.

Ao contrário da habitual dinâmica do Congresso, Obama encontrou nesta questão o apoio da maioria republicana no Senado e na Câmara dos Representantes, mas oposição na bancada de seu próprio partido, liderada por democratas influentes e esquerdistas como o próprio Reid e a senadora por Massachussets Elizabeth Warren.

Warren, respaldada por sindicatos e outras associações, afirma que as políticas propostas pelo presidente beneficiarão os grandes negócios americanos, mas afetarão os trabalhadores de forma irremediável.

Obama garante que tanto os dois acordos e outro pacto, negociado com a União Europeia, não repetirão os erros do passado, assegurando que eles incluirão medidas de proteção para os trabalhadores. EFE

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