Departamento de Estado não planeja investigar doações à Fundação Clinton

Washington, 7 mai (EFE).- O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que não tem planos de investigar o fato de a Fundação Clinton não ter comunicado à Administração de Barack Obama uma série de doações privadas que recebeu enquanto Hillary Clinton era titular das Relações Exteriores, entre 2009 e 2013.

“O Departamento de Estado não tem intenção de iniciar uma revisão formal, ou de julgar de forma retroativa temas (doações) que não lhe foram repassados durante o mandato da secretária de Estado Clinton”, disse um porta-voz da diplomacia americana, Jeff Rathke, durante sua entrevista coletiva diária.

Nos últimos dias, vários meios de comunicação americanos revelaram que a Fundação Clinton não proporcionou ao governo de Obama informação sobre centenas de doações estrangeiras que poderiam representar suposto conflitos de interesse para o trabalho de Clinton durante seu período à frente do Departamento de Estado.

Embora a Fundação Clinton tenha prometido publicar todas as doações desse período, a cobertura midiática sobre essas contribuições estrangeiras aumentou desde que a ex-primeira-dama e ex-senadora anunciou seu desejo de se transformar na candidata democrata à presidência em 2016.

Quando chegou ao Departamento de Estado, Hillary pactuou com a Administração de Obama um memorando de entendimento para evitar potenciais conflitos de interesse entre seus trabalhos como titular das Relações Exteriores e membro da Fundação Clinton, lembrou Rathke.

“Estes foram passos que foram dados de forma voluntária com o objetivo de (aumentar) a transparência, e que foram além dos requisitos de ética existentes” no Departamento de Estado, afirmou o porta-voz.

“Lamentamos não ter tido a oportunidade de revisar todas as doações de governos estrangeiros (à Fundação), tanto as novas como aquelas nas quais se aumentou a quantia”, acrescentou.

No entanto, Rathke lembrou que Hillary “já não está no Departamento” de Estado e é a fundação de sua família a que deve ocupar-se de tornar públicas as doações e responder a respeito.

A Fundação Clinton limitou as doações recebidas do exterior a seis países ocidentais, excluindo governos do Oriente Médio, criticados por violações de direitos humanos ou discriminação à mulher.

Além disso, a ex-secretária de Estado decidiu em abril abandonar o conselho de administração da fundação. EFE