Dilma acalma o mercado financeiro com compromisso de empreender reformas

  • Por Agencia EFE
  • 28/10/2014 19h37
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São Paulo, 28 out (EFE).- A intenção da presidente Dilma Rousseff de anunciar reformas políticas e econômicas nos próximos meses acalmou o mercado financeiro nesta terça-feira, e a bolsa de São Paulo reagiu após as perdas da véspera, quando mostrou sua rejeição à reeleição da governante.

Após as turbulências de segunda-feira, Dilma mandou um recado aos investidores e se comprometeu a implementar medidas antes do final do ano para recuperar a economia e reforçar o combate à inflação, que segundo os analistas fechará o ano muito próximo do teto da meta (6,5%).

“Não vou esperar a conclusão do primeiro mandato para iniciar todas as ações necessárias para transformar e melhorar o crescimento da economia”, disse a governante em entrevistas concedidas à Rede Globo e à Rede Record ontem após o fechamento dos mercados.

O anúncio foi bem recebido hoje pela principal praça da América Latina e o Ibovespa terminou a jornada com alta de 3,62%, frente à queda de 2,77% experimentada na segunda-feira, enquanto o real se valorizou 2,13% em relação ao dólar.

A moeda americana terminou o pregão negociada a R$ 2,470 para a compra e R$ 2,472 para a venda na taxa de câmbio comercial, após alcançar na segunda-feira seu maior nível desde 2005.

Os investidores deram uma trégua, mas seguirão pressionando o governo à espera que materialize as reformas e defina o nome do próximo ministro da Fazenda depois que o atual, Guido Mantega, anunciou que deixará o cargo neste ano por motivos pessoais.

Na lista de possíveis sucessores aparecem o nome do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, e o do ex-presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, com os quais a presidente poderia recuperar a confiança do mercado financeiro.

“Gosto muito do Trabuco, mas acho que não é o momento e a hora para discutir nomes para o próximo governo”, comentou Dilma ontem, para depois acrescentar que informará o nome do próximo ministro “no tempo exato”.

Outros dos nomes cogitados são os de Aloizio Mercadante, homem de confiança de Dilma e atual ministro da Casa Civil; Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, e Nelson Barbosa, ex-vice-ministro da Fazenda.

“O dia de recuperação esteve influenciado pelo bom comportamento dos mercados externos e pela expectativa sobre a nova equipe econômica de Dilma. No entanto, quanto mais tarde nomeá-los, mais o mercado vai se estressar”, disse à Agência Efe o analista chefe de investimentos da corretora SLW, Pedro Galdi.

Segundo os analistas das bolsas de valores, quem assumir a Fazenda terá pela frente o desafio de dinamizar uma economia debilitada, com uma inflação em alta e contas públicas no vermelho.

Após ter registrado uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e de 2,3% em 2013.

O governo acredita que fechará este ano com uma expansão de 0,9%, frente ao 0,27% esperado pelos analistas do mercado.

No entanto, além da questão econômica, Dilma enfrentará um cenário político totalmente polarizado após as eleições do domingo, nas quais ganhou com 51,64% dos votos válidos, contra 48,36% do candidato do PSDB, Aécio Neves.

Neste sentido, o vice-presidente Michel Temer disse hoje que Dilma promoverá um diálogo com toda a sociedade para avançar rumo à reforma política que prometeu em sua campanha.

“A presidente disse que haverá um grande diálogo no Congresso Nacional sobre esse tema e temos que caminhar juntos nisso, o Congresso, o Executivo e a sociedade brasileira”, disse Temer a jornalistas ao final de um encontro com Dilma no Palácio da Alvorada. EFE

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