Dissidentes realizam em Cuba fórum civil paralelo à Cúpula das Américas

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 16h37

Havana, 10 abr (EFE).- Cerca de 60 ativistas de diferentes organizações dissidentes em Cuba realizaram nesta sexta-feira em Havana um fórum paralelo à Cúpula das Américas no qual condenaram os “incidentes de violência” registrados contra opositores cubanos no Panamá.

O fórum denominado “Encontro da Sociedade Civil Cubana” reuniu nomes do Grupo dos 75 opositores condenados em 2003, Ángel Moya e Librado Linares, assim como representantes das Damas de Branco e membros de outros grupos como a Frente Nacional de Resistência Cívica Orlando Zapata Tamayo (FNRC-OZT).

“Os que estamos aqui somos os que, dia após dia, estamos advogando e promovendo o estabelecido na Declaração de Direitos Humanos (…) um encontro bastante representativo do que é a sociedade civil dentro de Cuba, a perseguida e marginalizada pelo governo”, explicou Moya à Agência Efe.

Moya, um dos favorecidos com as libertações pactuadas entre o governo e a Igreja Católica em 2010, divulgou hoje um documento que condena os recentes enfrentamentos entre cubanos governistas e dissidentes no Panamá e que expressa sua solidariedade com os “opositores que sofreram agressões físicas e verbais”.

Em outra declaração similar, a FNRC-OZT manifestou: “Agradecemos ao povo panamenho e a seu governo por assumir valentemente a responsabilidade de promover o diálogo sem exclusão, e servir de ponte entre irmãos que se dividem por razões ideológicas excludentes, que atentam contra a paz entre os Estados e dentro dos Estados”.

Nos últimos dois dias a delegação da sociedade civil governista que representa Cuba na Cúpula das Américas rejeitou energicamente a presença no Fórum da Sociedade Civil no Panamá de representantes da dissidência da ilha, a quem consideram “mercenários” em aliança com “terroristas”.

Além disso, ocorreram incidentes entre anticastristas e defensores do governo cubano com insultos e também algumas agressões físicas, em áreas próximas à embaixada de Cuba no Panamá.

Os organizadores do fórum realizado hoje em Havana disseram à Efe que o propósito de seu encontro é “debater e explicar” os mesmos temas que se analisam na Cúpula das Américas do Panamá, com ênfase em assuntos como “governabilidade e sociedade civil”.

Outro objetivo é ratificar a “mensagem unida” pactuada por grande parte dos grupos da dissidência cubana, dentro de Cuba e no exílio, para levar à cúpula propostas concretas como uma nova lei eleitoral e uma lei de associação e partidos políticos. EFE

arj/rsd

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