“Economia do compartilhamento” ganha adeptos nos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 02/03/2014 10h23
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Teresa Bouza.

Washington, 2 mar (EFE).- É uma das tendências no Vale do Silício e um fenômeno que a revista “Forbes” recomenda seguir muito de perto neste ano: a “economia do compartilhamento”, que a geração do milênio abraçou e que tem no site de alojamentos Airbnb seu principal expoente.

Dos anos 50 até bem pouco tempo atrás, a tendência entre os americanos era de acumular bens, especialmente entre os casais que optavam por morar em subúrbios e que enchiam suas garagens com carros, móveis e ferramentas mil.

Mas a geração do milênio, como são conhecidos os jovens de entre 20 e 35 anos, mais propensos a viver no centro das metrópoles, adotou uma nova filosofia: a de compartilhar em vez de comprar, impulsionado assim novos conceitos empresariais.

Quando se refere ao transporte, são cada vez mais os que optam por serviços de compartilhamento de veículos, como o Zipcar, o Car2Go e o Enterprise CarShare, que permitem aos usuários pegar e deixar seus carros em ruas ou estacionamentos, em vez de comparecer aos tradicionais escritórios de aluguel de carros.

Esse “consumo colaborativo” se expandiu além dos veículos e chegou aos objetos do dia a dia, como as ferramentas elétricas, que podem ser alugadas através do site 1000 Tools.

Já a Union Kitchen, uma nova empresa com sede em Washington, oferece um grande espaço perto da estação de trem da capital americana para os que quiserem compartilhar aulas de culinária, oferecer jantares a grupos ou fazer sua estreia como chef sem precisar comprar todos os utensílios necessários.

No Vale do Silício, enquanto isso, as iniciativas destinadas a satisfazer essa demanda crescem: a empresa Fitmob, que põe em contato treinadores pessoais com potenciais clientes através do celular, anunciou recentemente que arrecadou US$ 9,75 milhões para impulsionar seu negócio.

Assim como outros representantes da “economia do compartilhamento” como o TaskRabbit, que tramita a contratação de serviços como a entrega da compras fora do domicílio, a Fitmob põe em contato treinadores com potenciais clientes, mas sem empregá-los, o que lhe permite oferecer preços mais competitivos.

A empresa espera oferecer aulas a apenas US$ 5 para os clientes mais fiéis, frente os US$ 15 ou US$ 20 que pode custar uma aula individual em uma academia, um negócio avaliado em US$ 75 bilhões.

Outro serviço em voga é o UberX, no qual cidadãos comuns utilizam seus carros como táxis e se conectam com os usuários através de um aplicativo de smartphone.

O TradeYa é outro dos recém-chegados ao mundo do compartilhamento. A empresa anunciou na semana passada que arrecadou mais de US$ 1 milhão para iniciar uma plataforma de troca de bens e serviços.

“As pessoas estão cansadas de esbanjar e querem se conectar com os outros de formas úteis. Nisso radica a economia do compartilhar e é o que está no centro do que oferece a TradeYa”, assegurou em comunicado o cofundador da empresa, Jared Krause.

Nesse cenário, cada vez mais povoado se destaca a empresa de couchsurfing Airbnb, fundada em 2008 pelo empreendedor Brian Chesky, que em apenas seis anos criou um negócio avaliado em US$ 2,5 bilhões, com 500 mil propriedades disponíveis e presença em 190 países.

A empresa permite que proprietários de todo o mundo aluguem suas casas quando estiverem vazias, o que segundo afirma a Airbnb em seu site pode ajudá-los a pagar os próximos aluguéis – ou suas próximas férias.

Não falta quem especule que a Airbnb possa gerar uma revolução similar à que a Amazon causou no mundo editorial.

Chesky aposta, nesse sentido, que até o fim do ano terão reservado mais quartos que as cadeias hoteleiras Hilton e Intercontinental juntas.

O caso de sucesso não passou despercebido para os reguladores, que começaram a criar obstáculos para um serviço que comprometeria a arrecadação de impostos.

Chesky diz querer viver em um mundo no qual as pessoas possam se transformar em empreendedores ou microempreendedores e assegura que essa é a promessa da “economia do compartilhamento”.

O empreendedor fez um apelo aos reguladores em entrevista no mês passado ao “Wall Street Journal”: “Não acabem com algo maravilhoso antes de entender do quê se trata”. EFE

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