36% dos devedores recorrem a acordos para limpar nomes na praça, dizem SPC e CNDL
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O segundo recurso mais utilizado, por 24% dos consultados, é a economia de gastos ou cortes no orçamento, seguida da geração de renda extra, com 18% das respostas e do uso do 13º salário, para 11% do universo pesquisado. Outros 8% optaram por contrair um empréstimo consignado. Os dados da pesquisa foram obtidos com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, observa que o melhor caminho para colocar as finanças em ordem é planejar, negociar e procurar prazos e condições de pagamentos realistas e que caibam dentro do orçamento. Pelo levantamento, 72% dos entrevistados tentaram renegociar as dívidas após terem o Cadastro da Pessoa Física (CPF) negativado, sendo que 45% tiveram a iniciativa de propor um acordo direto e 27% foram procurados pela empresa, que ofereceu novas condições para acertarem as contas.
Vergonha
O consumidor, em geral, se sente envergonhado por ter deixado de honrar suas dívidas. A vergonha tira dele a coragem para encarar o credor de frente. Por isso, talvez, o telefone tenha se mantido como o método mais comum para renegociar dívidas. A internet também ganha relevância. Está presente em 29% dos casos, segundo a pesquisa.
Pensando no constrangimento sofrido pelo devedor, a SPC Brasil criou em seu site uma ferramenta chamada “Recupera”. De acordo com o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, a ferramenta recebeu este nome porque a recuperação se dá para os dois lados.
“A empresa credora recupera o dinheiro, e o consumidor recupera seu crédito. É uma ferramenta em que o consumidor inadimplente poderá entrar no site e renegociar dentro dos parâmetros da empresa todas as dívidas”, disse o executivo. Do lado ativo, segundo Pellizzaro, se o consumidor deixar o telefone celular poderá receber mensagens por SMS com informações sobre onde poderá renegociar sua dívida.
Outra descoberta feita pelo levantamento da SPC Brasil e CNDL é que a dívida média do brasileiro diminuiu de R$ 2,9 mil para R$ 1,5 mil. A pesquisa revela ainda que o cartão de crédito ainda é a modalidade que mais causa inadimplência, com 53% das citações.
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