Após primeiro turno, dólar atinge o menor valor em dois meses
O dólar fechou esta segunda-feira (8) no menor nível nos últimos dois meses, cotado em R$ 3,7635, com queda de 2,40%. O resultado do primeiro turno das eleições, neste domingo (7), foi crucial para a recuada da moeda.
A votação expressiva de Jair Bolsonaro (PSL), que teve 46% dos votos válidos, não foi a única coisa que animou o mercado. As vagas que o PSL conseguiu na Câmara e no Senado também contribuíram para isso, uma vez que os investidores entenderam que Bolsonaro, se eleito, terá governabilidade e poderá avançar com medidas econômicas mais liberais, incluindo as reformas.
Profissionais de câmbio ressaltam que a entrada de dólares no mercado brasileiro, com estrangeiros procurando ações com potencial de valorização na bolsa, e a continuidade do movimento de redução de posições no mercado futuro de câmbio explicam a forte queda da moeda.
O JPMorgan aumentou a recomendação para o real e vê o rali no mercado de câmbio como justificado, considerando que a nova composição do Congresso tende a favorecer a governabilidade de um eventual governo de Bolsonaro. O banco e outros agentes, porém, recomendam cautela para as próximas semanas, pois os mercados vão aguardar as pesquisas de intenção de voto com ansiedade e ainda monitorar, após o segundo turno, o cenário para o avanço das reformas.
“A força de Bolsonaro aumenta a chance de reformas pró-mercados”, avalia o economista sênior da consultoria inglesa Pantheon Macroeconomics, Andrés Abadia. Ele ressalta que tanto a Câmara como o Senado ficaram mais de “centro-direita”. Isso, aliado aos recentes apoios conquistados por Bolsonaro, que incluem os evangélicos e a Frente Parlamentar da Agropecuária, ajuda a animar ainda mais os investidores, completa Abadia. Ele prevê que o dólar pode terminar o ano em R$ 3,55.
*Com Estadão Conteúdo
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