Argentina vai emitir notas de 10 mil e 20 mil pesos para combater inflação

País superou a Venezuela no quesito inflação e chegou a 211% em dezembro; emissão acontece em um momento em que Javier Milei aplica medidas de austeridade para melhorar situação econômica

  • Por da Redação
  • 12/01/2024 12h57
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LUIS ROBAYO / AFP peso argentina Um homem conta mil notas de peso argentino em Buenos Aires

O Banco Central da Argentina anunciou na quinta-feira, 11, que irá colocar em circulação novas notas de 10 mil e 20 mil pesos ainda este ano. A medida foi tomada após a taxa de inflação anual do país ultrapassar 211% em dezembro. Em 2023, o banco central já havia adicionado uma nota de 2.000 pesos, que atualmente é a de maior valor disponível. Na quinta-feira, a cotação do dólar oficial no país era de 835 pesos, enquanto o dólar informal, conhecido como “blue”, atingia 1.120 pesos. Com base nessas cotações, as novas cédulas teriam valores equivalentes a US$ 12,26 e US$ 24,53 (cotação oficial) ou US$ 8,92 e US$ 17,85 (cotação paralela). A introdução de notas de maior valor ocorre em um momento em que o novo presidente ultraliberal, Javier Milei, busca combater a hiperinflação por meio de medidas de austeridade. Recentemente, dados divulgados mostraram que a taxa de aumento dos preços ao consumidor atingiu o nível mais alto desde a década de 1990.

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A Argentina supera a Venezuela, que por muito tempo foi conhecida pela inflação descontrolada na América Latina. No ano passado, a inflação venezuelana caiu para cerca de 193%. No entanto, após a desvalorização de mais de 50% na taxa de câmbio oficial decidida por Milei em dezembro, os setores que registraram as maiores altas de preços no último mês foram bens e serviços (32,7%), saúde (32,6%), transporte (31,7%) e equipamentos e manutenção do lar (30,7%). Para combater a escalada de preços e o déficit nas finanças públicas, o presidente Milei implementou medidas de austeridade, como a redução de subsídios para tarifas de energia e transporte, além da paralisação de obras de infraestrutura financiadas pelo Estado que ainda não começaram. Além disso, houve uma desvalorização da moeda de mais de 50%, dentro de um regime de controle cambial que existe há anos na Argentina e que inclui diversas taxas de câmbio diferentes.

 

 

 

 

 

 

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