Arrecadação federal soma R$ 148,6 bi em fevereiro e bate recorde para o mês e o bimestre

É o segundo mês seguido que a Receita Federal atinge o maior valor desde 1995; no ano, Fisco soma R$ 383,9 bilhões

  • Por Jovem Pan
  • 28/03/2022 14h47 - Atualizado em 28/03/2022 15h20
Marcello Casal Jr./Agência Brasil Cédulas de real desfocadas Gastos dos Estados com o funcionalismo público aumentaram após descongelamento de salários

A arrecadação federal com impostos e taxas atingiu R$ 148,6 bilhões em fevereiro, com aumento real de 5,27% em relação a fevereiro de 2021, informou a Receita Federal nesta segunda-feira, 28. No primeiro bimestre, a soma foi de R$ 383,9 bilhões, ganho real de 12,92% em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Ministério da Economia, este foi o melhor resultado para o mês e para o bimestre desde o início da série histórica, em 1995. O acréscimo observado no período pode ser explicado, principalmente, pelos recolhimentos, principalmente do ajuste de IRPJ e CSLL, informou a equipe. “O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido totalizaram uma arrecadação de R$ 110.219 milhões, com crescimento real de 22,36%. Esse desempenho é explicado esse resultado deveu-se, basicamente, ao crescimento de 110,92% na declaração de ajuste do IRPJ e da CSLL”, informou o Fisco.

Em janeiro, a Receita Federal teve arrecadação recorde de R$ 235,321 bilhões, com aumento real de 18,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em 2021, a Receita Federal fechou com inédita soma de R$ 1,87 trilhão amealhados em impostos e taxas. Nos 12 meses do ano passado, a arrecadação não foi a mais alta da série em apenas quatro (janeiro, junho, outubro e novembro). Apesar de os dados serem comemorados pelo governo, como um indicativo da recuperação das atividades econômicas após o tombo dado pela pandemia, os resultados extraordinários estão mais ligados à fatores negativos, como o aumento da inflação e a concentração de renda em grandes empresas. Os dados divulgados pela Receita Federal já estão corrigidos pela inflação oficial do país, medida pelo Indicador de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como muitos salários são reajustados pela variação de preços, uma parcela dos vencimentos saíram das faixas de isenção e começam a ser tributados pelo Imposto de Renda, contribuindo para engordar os cofres da Receita Federal.

O Fisco apontou o aumento extraordinário de R$ 40 bilhões em Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para o recorde de 2021. O dado mostra que as empresas tiveram mais lucros, e assim a fatia de tributação fica maior. A medida também significa maior concentração do poder econômico na mão de grandes grupos em meio à pandemia, enquanto pequenos empreendimentos foram mais prejudicados pela crise. A melhoria dos mecanismos do Fisco para evitar a sonegação de impostos também se reflete no aumento da arrecadação. O cenário, no entanto, escancara o peso que o governo federal deposita nas atividades.

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.