Atividade industrial brasileira cresce pelo 5º mês seguido e reforça contratações

Relatório da CNI aponta que estoques baixos continuam sendo o principal desafio ao setor

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2020 13h11
Amanda Oliveira/GOVBA produção Segundo dados do IBGE, setor cresceu 2,6% em setembro e eliminou as perdas causadas pelo novo coronavírus

A produção industrial brasileira manteve o ritmo de retomada em outubro e registrou o quinto mês consecutivo de avanço, segundo sondagem divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira, 19. O índice de evolução da produção atingiu 58,3 pontos no mês passado. Já as contratações cresceram pelo terceiro mês seguido, levando o índice de evolução de empregados para 54,9 pontos. Os indicadores variam de zero a cem, e acima dos 50 pontos sinalizam aumento da produção e do emprego em relação ao mês anterior. Já a utilização da capacidade instalada (UCI) teve alta pelo sexto mês seguido e bateu 74% em outubro, dois pontos percentuais a mais em comparação com setembro. A sondagem industrial ouviu 1.870 empresas entre 3 e 12 de novembro. Dessas, 738 são pequenas, 647 médias e 485 grandes indústrias.

Apesar dos avanços na produção, a baixa nos estoques continua sendo o principal desafio para a atividade industrial. Em outubro, o nível de estoques chegou a 45,5 pontos, abaixo do desejado pelo setor, enquanto o estoque efetivo ficou em 43,4 pontos. “Os estoques baixos sinalizam uma necessidade de continuar um nível de produção mais forte”, destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. Pelo segundo mês consecutivo, os empresários estão mais pessimistas quanto ao futuro no curto prazo, enquanto no médio o cenário é o oposto. Segundo a pesquisa, a expectativa para novembro é baixa, porém, para os próximos seis meses o otimismo se mantém elevado.

No documento, a CNI explica que a queda dos indicadores se deve possivelmente a uma acomodação após a rápida recuperação dos efeitos da pandemia. “Os índices permanecem em patamares elevados, não só da linha divisória de 50 pontos como de suas respectivas médias históricas”, informa o relatório. O índice de expectativa para a demanda caiu 1,8 ponto, para 59,8 pontos em novembro. Em relação às compras de matérias-primas, a queda foi de 2 pontos no indicador, que registrou 58 pontos neste mês. Já o índice de número de empregados recuou 0,9 ponto, para 53,5 pontos, e o de exportação também caiu 0,9 ponto, para 53,9 pontos. O otimismo em alta reflete-se na intenção dos empresários investirem. Em outubro, a sinalização de aportes no setor chegou a 59,3 pontos, o sétimo avanço seguido e igual aos registrados no pré-pandemia. O índice aumentou 2,1 pontos frente a outubro e acumula alta de 22,6 pontos na comparação com abril.

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