BC: Programa de ajuda a pequenas empresas ocorrerá ‘em tempo recorde’

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2020 17h20 - Atualizado em 29/03/2020 17h29
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Aloísio Maurício/Estadão Conteúdo João Manoel Pinho de Mello é o atual diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, afirmou que o programa de financiamento da folha de pagamentos para pequenas e médias empresas, no valor de R$ 40 bilhões, está sendo operacionalizado de maneira “tempestiva” e em “tempo recorde”. A linha de crédito foi criada para ajudar a saúde financeira das empresas durante a pandemia do novo coronavírus.

Durante live do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele enfatizou ainda o caráter inovador da iniciativa, anunciada na última sexta-feira (27) e que mira negócios com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões

Mello reforçou que os bancos, públicos ou privados, vão atuar de maneira compartilhada no repasse dos recursos e não vão cobrar quaisquer tarifas operacional ou de inadimplência. “Tanto o BNDES quanto os bancos públicos e privados não cobrarão nenhum custo de operacionalização ou de inadimplência nesses empréstimos. É algo inédito”, acrescentou o diretor do BC.

Ele lembrou ainda que as pequenas e médias empresas pagarão 3,75% ao ano para ter acesso à linha de financiamento da folha de pagamentos. Assim, apenas será repassado o custo da taxa Selic, não tendo spread nem outro custo adicional. “Essas empresas pagam hoje, em média, mais de 20% ao ano para se financiarem”, comparou Mello.

Os R$ 40 bilhões dos recursos para financiar a folha de pagamentos de pequenas e médias empresas virão 85% do Tesouro Nacional e 15% dos bancos participantes. O Banco Central ficará a cargo da fiscalização dos empréstimos.

Sem discriminação

Mello também afirmou que a autoridade monetária garantirá que os R$ 40 bilhões da linha para financiar folhas de pagamento cheguem às pequenas e médias empresas sem discriminação. Todas as empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões e com histórico positivo de crédito nos últimos seis meses, antes da pandemia de coronavírus, são elegíveis ao programa, conforme ele.

“A política de concessão final é do banco. Qualquer negativa de crédito para empresas elegíveis terá de ser detalhada ao BC. O Banco Central garantirá que não haverá discriminação e que a linha chegará a empresas elegíveis”, garantiu Mello. “Vamos cumprir papel supervisão”, reforçou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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