Banco Central eleva projeção de crescimento do PIB em 2022 de 1% para 1,7%

Bom desempenho da economia no primeiro semestre é a principal razão; instituição espera ‘arrefecimento’ nos últimos seis meses do ano

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2022 17h04
Pixabay Cédulas de real espalhadas Economia teve crescimento acima do esperado no primeiro trimestre de 2022

O Banco Central (BC) revisou a projeção de crescimento do PIB do Brasil em 2022 de 1% para 1,7%, divulgou nesta quinta, 23, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen. De acordo com Guillen, o principal fator para a revisão é o bom desempenho da economia no primeiro semestre – o PIB teve aumento de 1% apenas nos três primeiros meses do ano – e a instituição espera uma desaceleração na metade final de 2022, como resultado da política monetária e dos aumentos nas taxas de juros. “Essas revisões vem do consumo das famílias, como principal, um pouco de exportação ajuda a explica. Tem mais a ver com o que observamos no primeiro trimestre e dados preliminares do segundo trimestre do que uma mudança prospectiva de crescimento. Como temos dito, grande parte do aperto monetário ainda vai se fazer presente tanto na inflação quanto no crescimento. Então esperamos desaceleração da atividade nos próximos trimestres”, afirmou Guillen.

O BC ainda aumentou as projeções para a inflação nos próximos três anos. Para 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado passou dos 6,3%, previstos em março, para 8,8%, nesta projeção de junho – a meta é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2023, ano em que a meta está em 3,25%, o BC projeta inflação de 4%, acima dos 3,1% divulgados em março. Já para 2024, ano em que a meta definida pelo CMN está em 3%, as projeções passaram de 2,3% para 2,7%. Guillen ainda destacou as incertezas no cenário internacional, com a continuidade da guerra na Ucrânia e risco de desaceleração da economia global como riscos que afetam a avaliação do cenário. O BC ainda revisou a previsão para o comércio exterior, que passou de um superávit (mais exportações que importações) de R$ 83 bilhões para R$ 86 bilhões.

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