Bolsonaro diz que extensão do auxílio e preço do diesel serão definidos nesta semana
Prorrogação do benefício emergencial encontra resistência dentro do governo; aumento dos combustíveis pressiona nova greve de caminhoneiros
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira, 18, que a extensão do auxílio emergencial e medidas para baratear o preço do diesel devem ser resolvidas nesta semana. Os dois temas são caros ao governo por impactarem diretamente bases de apoio do chefe do Executivo. “Se Deus quiser, nós resolveremos nessa semana a extensão do auxílio emergencial. Devemos resolver também essa semana a questão do diesel. As soluções não são fáceis, mas temos a obrigação de mostrar a origem do problema e como resolvê-lo”, disse o presidente durante evento na cidade de São Roque de Minas, em Minas Gerais. A prorrogação do benefício pago aos mais vulneráveis divide alas do governo pela falta de recursos definidos. O programa encerra no fim deste mês e deveria ser sucedido pelo Auxílio Brasil, uma versão mais turbinada do Bolsa Família. A indefinição da origem do dinheiro para custeio, no entanto, travou o lançamento do projeto. Em setembro, o governo federal aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para custear o Auxílio Brasil em novembro e dezembro. Para bancar em 2022, a União conta com a aprovação da reforma do Imposto de Renda, no Senado, e a definição dos precatórios pela Câmara para carimbar a origem dos recursos e abrir espaço no teto e gastos, respectivamente. O ministro da Cidadania, João Roma, afirmou neste domingo, 17, que o benefício deve contemplar 17 milhões de pessoas — ante 14 milhões do Bolsa Família —, com parcelas de R$ 300, contra os atuais pagamentos de R$ 190.
Em um aceno aos caminhoneiros, Bolsonaro também disse que o governo vai buscar soluções ao aumento do diesel nos próximos dias. Grupos de motoristas declararam estado de greve no sábado pedindo que o governo aprove a criação e cumprimento de uma tabela com valor mínimo para o frete e medidas para baratear o diesel em 15 dias, caso contrário a categoria irá iniciar paralisação no dia 1º de novembro. A decisão aconteceu durante o 2º Encontro Nacional dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, no Rio de Janeiro, e que foi organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava). Os caminhoneiros exigem posicionamento mais enfático do governo para resolver a alta do combustível. No início do mês, a Petrobras elevou 8,9% o preço do diesel aos distribuidores em meio ao aumento da cotação do petróleo e o encarecimento do dólar. A Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada, a revisão do ICMS, imposto de origem estadual, para baratear o preço dos combustíveis. Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a medida deve gerar redução de 3,7% do diesel nas bombas.
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