Bolsonaro pede que apoiadores processem governadores que não baixarem ICMS de combustíveis
Presidente também afirma que há tratativas para importar diesel da Rússia em até 60 dias
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a apoiadores nesta segunda, 11, que processem os governadores estaduais que não cumprirem a lei sancionada em 24 de junho e determinarem a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para combustíveis, telecomunicações, energia e transporte público. Durante esta manhã, uma apoiadora nas proximidades do Palácio da Alvorada reclamou ao presidente que a governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), não havia anunciado a redução da alíquota, e, na sequência, Bolsonaro fez a sugestão. “Vocês que escolheram a governadora lá. Façam uma coisa. Quando for abastecer, pega a nota fiscal, para, quem sabe, uma ação coletiva contra a governadora”, emendou o presidente.
Mais tarde, no salão nobre do Palácio do Planalto, Bolsonaro ainda prometeu outra ação na busca pela redução no preço dos combustíveis: importar óleo diesel da Rússia. “Está acertado, em 60 dias já pode começar a chegar aqui, já existe esta possibilidade. Importamos quase 30% [do diesel consumido no país]. Você tem que importar diesel de quem está vendendo mais barato e não importar de quem à vontade está vendendo até mais caro”, disse, sem dar maiores detalhes da operação, como o volume comprado.
A Rússia está sob fortes sanções dos Estados Unidos, Canadá e países europeus por ter invadido a Ucrânia, mas o presidente brasileiro afirmou que não haverá problemas relativos a isso. “A Rússia continua fazendo negócio com o mundo todo, parece que as sanções econômicas não deram certo. Tanto é que a Alemanha teve agora 40% do gás cortado. A energia da Europa depende em grande parte da importação de gás da Rússia. O rublo, que o pessoal achou que ia virar pó, foi o que mais valorizou no corrente ano”, pontuou o presidente, que também demonstrou otimismo ao esperar que o preço do barril de petróleo tipo Brent fique abaixo de US$ 100 por algum tempo, o que permitiria mais uma queda no preço dos combustíveis derivados da commodity no Brasil.
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