Brasil abre 260 mil postos de emprego formal em janeiro após queda no fim de 2020
Saldo é resultado de 1,5 milhões de contratações diante de 1,2 milhões de demissões; em 2020, o país registrou 142 mil novas vagas com carteira assinada a mais do que desligamentos, o terceiro ano seguido de resultados positivos
O mercado de trabalho brasileiro retomou o viés de crescimento no começo de 2021 e registrou em janeiro a criação de 260.353 vagas formais de trabalho ante desligamentos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira, 16. O saldo é resultado de 1.527.083 contratações diante de 1.266.730 demissões. Foi o maior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1992. Em 2020, o país registrou 142 mil novas vagas com carteira assinada a mais do que desligamentos, o terceiro ano seguido de registro positivo, a despeito da pandemia do novo coronavírus que elevou o desemprego em escala global. Em dezembro passado, o mercado de trabalho encerrou com saldo de 67.906 vagas perdidas a mais do que criadas, colocando fim a sequência de cinco meses seguidos de resultados positivos. Em janeiro do ano passado, o Caged registrou saldo positivo de 117.245 postos de trabalho.
No mês de janeiro de 2021, todos os grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo. O setor da Indústria foi o grande destaque, com a geração de 90.431 novos postos de trabalho formais. O desempenho foi liderado pela indústria, com saldo de 90.431 e serviços, acumulando 83.686 postos de trabalhos. O setor da construção registrou 43.498 vagas abertas a mais que fechadas, enquanto agricultura fechou janeiro com 32.986 postos e comércio 9.848. Todas as cinco regiões do país tiveram saldo positivo em janeiro de 2021. O Norte, com 6.937 gerou menos empregos enquanto o Sudeste, com 105.747, alcançou o melhor número. Já o Sul foi a região onde todos os estados registraram crescimento parecido, sem grande desequilíbrio.
A pressão sobre o mercado de trabalho com o endurecimento de restrições para o funcionamento de comércios e empresas em meio ao avanço da pandemia da Covid-19 levou o Ministério da Economia a reeditar iniciativas para a manutenção de empregos. Segundo o ministro Paulo Guedes, o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que permitiu que empresas reduzissem a carga horária e o salário dos funcionários em 2020, será relançado como um “seguro-emprego”, com dinâmica oposta ao benefício pago para quem é demitido. O plano estipula o pagamento de R$ 500 por até 11 meses por funcionário para que a empresa o mantenha contratado. “É melhor gastar menos para preservar o emprego do que gastar mais para manter alguém desempregado”, disse na sexta-feira passada, 12. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), lançado para o financiamento de empreendimentos em 2020, também será restabelecido.
A capacidade de criar postos de trabalho é um dos principais indicadores para medir o desempenho econômico de um país. Os dados apresentados pelo Ministério da Economia destoam dos números que indicam taxa média de desocupação na casa de 13,5% em 20 estados do país em 2020, o maior índice da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012 e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)na semana passada. A falta de conexão entre os números é justificada pelas metodologias distintas entre os levantamentos. Enquanto o Caged leva em conta apenas a criação de empregos formais, ou seja, com carteira de trabalho assinada, e é respondida pelas próprias empresas, o IBGE soma informações de trabalhos formais e informais, e é feita através de entrevistas pessoais.
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