Brasil negocia novos termos de entrada na OCDE, afirma Haddad em Davos
No ano passado, país já havia recebido aval para dar entrada no grupo mas processo estagnou com demandas acordadas pelo antigo governo
Durante participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o Brasil pretende negociar sua entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne países desenvolvidos com o objetivo de estimular o progresso econômico e o comércio mundial. Contudo, o país deve apresentar algumas condições para garantir sua entrada, que ainda não foram divulgadas. “O Brasil já participa muito da OCDE, eu mesmo quando ministro da Educação mantive a participação no Pisa. Essa aproximação está acontecendo naturalmente. Agora vamos ver com o Itamaraty e a Presidência da República os próximos passos.” O ministro afirmou que irá se reunir com o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir os rumos das relações comerciais com outros países do mundo. Ele ainda complementou que a secretária de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito, lidera um grupo de trabalho para discutir as condições e que ela irá “apresentar os termos de uma eventual participação para que a Fazenda possa subsidiar o presidente na definição que ele tomar”. Mas a entrada na organização deve ser facilitada após o Brasil ser escolhido para presidir o Mercosul e o G20 neste ano, além de assumir a liderança do Brics em 2025. Mais cedo no mesmo dia, Haddad se reuniu com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.
A solicitação de entrada do Brasil na OCDE foi solicitada na gestão de Michel Temer e ganhou força no governo de Jair Bolsonaro. À época, houve uma negociação de apoio com os Estados Unidos, que solicitou que o Brasil abrisse mão de seu status na Organização Mundial do Comércio. Contudo, o acordo não foi para frente. Em junho, o então ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que a organização havia aprovado o ‘roteiro de acessão’ (‘roadmap’) para entrada do Brasil na OCDE. O roteiro definia comitês que examinarão as políticas dos candidatos e os critérios do exame. O processo de entrada de um país na Organização pode durar de dois a três anos. O Brasil tem que cumprir uma série de exigências como diminuir o desmatamento e aprovar todos os direitos da comissão de direitos humanos do grupo e também colocá-los em prática. Outro fator importante é que os líderes brasileiros não podem atacar instituições públicas de Poderes do país, preservando um respeito mútuo entre eles.
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