Caminhoneiros fecham rodovias em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo
Grupos fazem protestos em ao menos 22 cidades; mobilizações ocorrem após atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro no feriado de 7 de Setembro
Grupos de caminhoneiros bloqueiam na manhã desta quarta-feira, 8, trechos de rodovias federais em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as paralisações atingem ao menos 22 municípios. De acordo com as informações, os manifestantes estão impedindo a passagem apenas de veículos de carga. Veículos de passageiros e de cargas perecíveis estão liberados. Em Santa Catarina, os atos ocorrem nos municípios de Garuva, Joinville, Araquari, São João do Sul, Mafra, Santa Cecília, São Francisco do Sul, Guaramirim, São Bento do Sul, Canoinhas, Campos Novos, Navegantes e Ítajaí, No Paraná, as paralisações estão sendo realizadas nas cidades de Paranavaí e em Maringá. O Estado também possui bloqueios em pontos de rodovias estaduais em quatro municípios. Já no Espírito Santo, caminhoneiros bloqueiam vias em Linhares, João Neiva, Viana, Iconha, Itapemirim, Ibatiba e Vila Velha. Ainda não há informações sobre as reivindicações dos grupos ou prazo para a liberação das rodovias. As mobilizações ocorrem após atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no feriado de 7 de Setembro.
O Ministério da Infraestrutura acompanha a mobilização. Segundo o governo, o movimento não possui liderança única. “Não há coordenação de qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, não se limitando a demandas ligadas à categoria.” O ministério ainda afirma que a PRF está nos locais para impedir qualquer movimentação à força por parte dos manifestantes. O ato foi contestado por empresários e entidades do setor. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Urubatan Helou, diretor-presidente da Braspress, uma das principais transportadoras do país, pede para que a PRF, a Polícia Federal (PF) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) controlem a situação e desbloqueiem as rodovias. “Não podemos repetir 2018, quando houve aquela greve dos caminhoneiros. O Brasil não pode ficar desabastecido”, afirmou.
Em nota de repúdio, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) afirmou que o movimento é de natureza política e não possui relação com as bandeiras e reivindicações da categoria. “Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis, etc”, afirma o texto assinado pelo presidente da entidade, Francisco Pelucio. “A NTC deixa claro que não apoia esse movimento, repudiando-o, orientando as empresas de transporte a seguirem em sua atividade e orientando os seus motoristas para em caso de bloqueio ao trânsito dos seus veículos acionarem imediatamente a autoridade policial solicitando sua liberação.”
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