Campos Neto diz que governo deve insistir para cumprir meta fiscal

Horas antes de reunião com o presidente Lula e Haddad, o presidente do Banco Central também avaliou que a aprovação do novo arcabouço fiscal foi positiva, com impacto nas taxas de juros de longo prazo

  • Por Jovem Pan
  • 27/09/2023 13h14 - Atualizado em 27/09/2023 14h09
Wilton Junior/Estadão Conteúdo O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Roberto Campos Neto em comissão do Senado em 25 de abril de 2023

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 27, que, apesar de entender a dificuldade de se atingir a meta de resultado fiscal zero em 2024, é preciso continuar perseguindo essa meta. “É importante persistir na meta, o caminho é esse. É isso que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem pontuado. Mesmo que a meta não seja cumprida 100%, os agentes percebem esforço nessa direção”, disse em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados. Campos Neto deu a declaração horas antes de uma reunião que terá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa será o primeiro encontro entre o chefe do Executivo e o Campos Neto desde o início do governo Lula 3. Anteriormente, ambos se reuniram durante a transição dos governos. “Os agentes econômicos vão ver é qual foi o esforço que o governo teve na direção de cumprir a meta”, declarou. Lula tem feito duras críticas a Campos Neto, sobretudo, à condução pelo Banco Central da política monetária e da taxa básica de juros (Selic). A nova regra fiscal admite um intervalo de tolerância de 0,25% do PIB, para cima ou para baixo.

Na audiência, Campos Neto também fez um aceno a Haddad e avaliou que a aprovação do novo arcabouço fiscal foi positiva, com impacto nas taxas de juros de longo prazo, mas lembrou que o Brasil continuará tendo um crescimento real do gasto acima do verificado em outros países emergentes: “A despesa no Brasil vai ser mais alta em 2023 e 2024”. O encontro com Lula vem em um momento que uma parcela dos aliados do governo reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao BC, justamente por causa do início do ciclo de redução da Selic. Mas nomes influentes no entorno de Lula, como a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, seguem com falas duras. Na semana passada, após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir unanimemente pela queda dos juros básicos em 0,5 ponto porcentual, a 12,75%, a parlamentar reclamou de um processo de baixa feito “a conta-gotas”.

*Com informações Estadão Conteúdo

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