Confiança aumenta na indústria, no comércio e nos serviços em junho, aponta FGV
Maior variação foi a do comércio, que avançou 4,6 pontos, puxado pela percepção com volume de vendas no presente
A confiança dos empresários do comércio, da indústria e dos serviços aumentou no mês de junho, informou nesta quarta, 29, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). O Índice de Confiança do Comércio (Icom) teve a maior alta, de 4,6 pontos na escala do Ibre, e atingiu 97,4, a maior pontuação desde agosto do ano passado, quando estava em 100,9 pontos. A melhora foi tanto na perspectiva futura quanto na do presente, mas puxada principalmente por esta última, que subiu 7,4 pontos e atingiu 108,5 no total. A expectativa futura aumentou 1,8 ponto, para 87,5. “Para os próximos meses, ainda é necessária certa cautela, o grande desafio passa a ser a continuidade desse cenário favorável mesmo com o fim da liberação de recursos extraordinários, ambiente macroeconômico ainda desfavorável e confiança do consumidor em patamar baixo”, alertou Rodolpho Tobler, economista do FGV/Ibre.
Na indústria, o índice subiu 1,5 ponto e chegou a 101,2. Segundo Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, o destaque da sondagem é o indicador que mede a produção prevista, que chegou a 102,9 pontos, melhor resultado desde dezembro de 2020. “Vemos que, no curtíssimo prazo – horizonte de três meses –, a expectativa do setor ainda registra melhora. Mas ainda há cautela quando se trata de tendência de negócios, que reflete a percepção do setor para daqui a seis meses. Nesse caso, o indicador ainda não voltou para os 100 pontos”, relatou. Houve melhora da confiança em 13 dos 19 segmentos monitorados, entre os quais os de bens intermediários e de consumo não-duráveis.
Já para o setor de serviços, a melhora foi na confiança foi bastante pequena, de 0,4 ponto em relação a maio, e indicou praticamente estabilidade no índice, que está em 98,7 pontos. Em junho, a melhora foi menos disseminada, e puxada principalmente por cinco dos 13 segmentos analisados, e todos tiveram variações pequenas para mais ou para menos. “Entre as que registraram melhor desempenho estão as atividades de alimentação fora de casa, tecnologia da informação e comunicação e serviços administrativos e complementares, dentro de serviços profissionais. Há, entretanto, uma sinalização clara de que o ambiente macroeconômico desfavorável e a incerteza em relação aos próximos meses podem segurar o ritmo de recuperação da confiança no setor”, comenta Tobler.
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