Copom inicia reunião para definir Selic; previsões apontam corte de 0,25

Taxa básica de juros será anunciada nesta quarta, no fim da tarde, após a reunião

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2020 10h37
BRUNO ROCHA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Analistas consultados pelo Banco Central renovaram as previsões para a recuperação da economia em 2021 O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta terça-feira (4) a primeira parte da reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic. Na quarta (5), após a segunda parte da reunião, será anunciada a taxa ao final do dia. A mediana das projeções das instituições financeiras consultadas pelo BC prevê redução de 0,25 ponto percentual — para 2% ao ano, renovando o mínimo histórico.

Depois dessa redução, a expectativa do mercado financeiro é que não haja novos cortes na Selic neste ano. O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

Ao manter a Selic no mesmo patamar, o Copom considera que as alterações anteriores nos juros básicos foram suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC. Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida — e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4% em 2020 — com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%. Para 2021, a meta é 3,75%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As instituições financeiras consultadas pelo BC projetam inflação menor que o piso da meta, em 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 1,63% este ano. Para 2021, a estimativa é 3%, abaixo do centro da meta (3,75%).

Para o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a expectativa é de corte na Selic devido aos efeitos da pandemia da Covid-19 na economia mundial e à inflação baixa — bem como ao fato de os bancos centrais das principais economias do mundo estarem reduzindo suas taxas básicas de juros. “Em nossa opinião, o Banco Central vai reduzir a Selic para 2% ao ano, redução de 0,25 ponto percentual”, diz.

*Com informações do Estadão Conteúdo 

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