Decisão por repasse de dividendos revela queda de braço no governo
Presidente da Petrobras busca convencer governo de que pagamento de dividendos não afetará planos de investimentos da empresa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na tarde desta segunda, 11, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para discutir a distribuição de dividendos extraordinários do quarto trimestre. Na última quinta-feira, a Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 31 bilhões no quarto trimestre de 2023, mas decidiu não distribuir dividendos extraordinários. A retenção desses pagamentos resultou em uma queda de R$ 55,8 bilhões no valor de mercado da empresa, com as ações preferenciais sofrendo desvalorização de 10,57%. Os investidores temem uma possível intervenção do governo na companhia, o que tem gerado instabilidade no mercado financeiro. Integrantes da cúpula da Petrobras afirmaram que Lula foi induzido a erro pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que conta com o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Prates, por outro lado, tem o apoio de Fernando Haddad, da Fazenda, mas tem de convencer o ministro – e o presidente Lula – de que o pagamento desses dividendos não afetará os planos de investimento da empresa. Do contrário, o governo manterá a decisão de reter esses pagamentos.
Haddad e Costa já tiveram desentendimentos no passado, especialmente durante as discussões sobre o orçamento. O governo avalia positivamente os resultados fiscais do início do ano e não vê a necessidade imediata dos dividendos da Petrobras para cumprir a meta fiscal. Em meio aos rumores, até uma possibilidade de demissão de Prates foi ventilada no mercado.
*Publicado por Heverton Nascimento
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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