Dólar cai para R$ 4,13 na expectativa de acordo entre EUA e China

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2020 20h09
Jf Diorio/Estadão Conteúdo Câmbio avança nesta segunda-feira após registrar queda de 2% na semana passada Apesar da baixa, analistas não veem muito espaço de melhora do real no curto prazo

Na expectativa pelo encontro nesta quarta-feira (14) entre China e Estados Unidos em Washington, para a assinatura do acordo comercial “fase 1”, o dólar teve um dia de queda. No exterior, a moeda ficou praticamente estável ante divisas fortes e operou misto nos emergentes. Após subir ontem para o maior nível em um mês, o dólar teve um dia de realização de lucros e terminou em baixa de 0,27%, a R$ 4,1307.

Operadores relatam que, após reforçar posições contra o real no mercado futuro de câmbio na B3 em US$ 1 bilhão somente ontem, grandes investidores desmontaram parte dessa estratégia hoje. O indicador do setor de serviços divulgado hoje veio fraco, mas caiu menos que o previsto, e a revisão para cima nas expectativas do governo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acabaram contribuindo para um clima mais otimista no mercado de moedas. “A queda do dólar foi uma correção dos excessos de ontem”, afirmou um gestor.

Apesar da baixa, analistas não veem muito espaço de melhora do real no curto prazo. Para o gestor acima, o dólar no Brasil vai responder principalmente ao ritmo de crescimento do PIB doméstico este ano. Em sua avaliação, não há motivos para apreciação mais forte da moeda brasileira nas próximas semanas. O acordo com a China, observa, já foi em larga medida precificado nas moedas emergentes, embora ainda faltem detalhes sobre os termos.

O gestor e sócio-diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa, também acredita que o dólar permanecerá por algum tempo na faixa que vem sendo negociado, entre R$ 4,00 e R$ 4,20. No cenário internacional, ele observa que os dados divulgados sobre a balança comercial da China mostram alta das exportações e importações, uma sinalização de recuperação da economia mundial. No caso da questão comercial, a retirada de Pequim da classificação de “manipulador de moedas” ontem pelo governo americano é mais “um importante passo” para a assinatura do acordo comercial.

A analista de moedas do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, faz um paralelo do Brasil com o México neste começo do ano. Enquanto o peso mexicano se aprecia neste começo do ano, o dólar sobe 3% ante o real. “Uma análise do nível de juros pode fornecer uma possível explicação: enquanto os juros no Brasil estão em nível historicamente baixos, em 4,5%, no México estão em 7,25%, apesar dos recentes cortes de juros.”

* Com informações do Estadão Conteúdo

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