Dólar recua e Bolsa sobe após embargo dos EUA ao petróleo da Rússia; preço do barril perde fôlego

No cenário doméstico, investidores aguardam por decisões do governo federal para blindar o preço dos combustíveis das variações internacionais

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2022 13h00 - Atualizado em 08/03/2022 15h48
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Mohamed Abd El Ghany/Reuters Homem mexe em calculadora; ao seu lado há uma pilha de dólares Dólar mantém trajetória de queda e caminha para o sétimo dia seguido de desvalorização ante o real

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro passaram a operar no campo positivo nesta terça-feira, 8, depois de os Estados Unidos oficializarem o embargo ao petróleo da Rússia. Por volta das 15h10, o dólar registrava queda de 0,6%, a R$ 5,048. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,101, enquanto a mínima não passou de R$ 5,045. A divisa fechou a véspera estável, com leve alta de 0,03%, cotado a R$ 5,080. Seguindo o clima positivo nos principais mercados globais, o Ibovespa, referência para a Bolsa brasileira, passou a operar com alta de 0,56%, aos 112.175 pontos. O pregão desta segunda-feira, 7, fechou com forte queda de 2,5%, aos 111.593 pontos, o pior tombo diário desde o dia 26 de novembro. A cotação do barril do tipo Brent perdeu fôlego após a declaração de Joe Biden, apesar de ainda registrar alta de 2,65%, a US$ 126,48. Mais cedo o barril do petróleo, que é usado como referência na maior parte do globo, bateu a máxima de US$ 133.

Como esperado, o presidente Biden informou nesta terça-feira que vai suspender a importação do petróleo e gás da Rússia em retaliação à invasão à Ucrânia. Biden informou que essa decisão é bipartidária e que foi tomada com os demais aliados do Ocidente, contudo, deixou claro que muitos dos países europeus não podem integrar a mobilização por causa da grande dependência das commodities energéticas russas. A União Europeia, porém, anunciou nesta terça-feira um plano para diminuir em dois terços a importação de gás russo ainda neste ano, e garantir a independência total antes de 2030. As medidas marcam um novo patamar nas sanções ao Kremlin em resposta à invasão da Ucrânia, há quase duas semanas. No domingo, 6, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o país estava em “discussões muito ativas” com pares da Europa para uma mobilização conjunta. Em resposta, Moscou afirmou que poderia cortar o suprimento de gás para os vizinhos.

No cenário local, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou ministros e o Banco Central (BC) para blindar o mercado doméstico da variação internacional. O congelamento dos reajustes de forma temporária é um dos principais pontos de discussão, apesar de encontrar resistência na equipe econômica. Desde 2016, a Petrobras adota o preço de paridade de importação (PPI), política que baseia o valor cobrado às distribuidoras domésticas de acordo com a variação do petróleo no mercado global e a cotação do dólar. O último reajuste pela Petrobras ocorreu no dia 12 de janeiro, quando o barril estava cotado próximo de US$ 85, e a recente valorização de 53% pressiona a estatal por novos aumentos. O governo também estuda subsidiar o preço dos combustíveis. Seria uma solução emergencial parecida com a que foi adotada em 2018 no governo do presidente Michel Temer (MDB). Na mesa de discussão do governo, se fala na possibilidade de uma subvenção que duraria cerca de três meses para diesel, gasolina e o GLP, conhecido como gás de cozinha.

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