Dólar e Bolsa sobem com cautela internacional e ameaças de novas sanções à Rússia

Líderes do Ocidente enxergam com ceticismo as garantias de Vladimir Putin para cessar-fogo após negociações com a Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 30/03/2022 12h25
PAULO VITOR/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoa conta nota de dólares Apesar de alta registrada nos primeiros dias de outubro, dólar fecha em queda pelo terceiro dia consecutivo

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro sobem nesta quarta-feira, 30, com o clima de cautela no cenário internacional após as negociações entre Ucrânia e Rússia para um cessar-fogo. Apesar dos sinais de comprometimento de ambos os lados, líderes do Ocidente viram com ceticismo as garantias de Vladimir Putin e indicam novos embargos enquanto as tropas de Moscou continuam ocupando os territórios do país vizinho. Por volta das 12h20, o dólar registrava alta de 0,5%, a R$ 4,783. Na mínima, a divisa foi a R$ 4,728 na mínima, enquanto a máxima não passou de  R$ 4,785. O câmbio encerrou a véspera com queda de 0,3%, a R$ 4,758. Impactado pelo clima negativo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, registrava alta de 0,2%, aos 120.209 pontos. O pregão desta terça-feira, 29, fechou com avanço de 1,1%, aos 120.014 pontos, o maior patamar desde o fim de agosto de 2021.

O preço do petróleo voltou a subir nesta quarta-feira em meio ao quadro de desconfiança internacional e sinais de novas sanções contra a Rússia. O barril do tipo Brent, referência na maior parte do mundo, subia 3,7%, a US$ 114. Já o WTI, base do mercado dos EUA, também avançava 3,7% aos US$ 108. Apesar do anúncio da Rússia de reduzir os ataques na região de Kiev e Chernihiv durante a rodada de negociação com a Ucrânia, líderes do Reino Unido e dos Estados Unidos veem com desconfianças essas garantias para cessar-fogo. Em resposta a repórteres que o questionaram sobre o assunto, Joe Biden declarou que não sabe se a Rússia vai cumprir com a promessa de reduzir suas operações militares. “Vamos ver se eles seguem o que estão sugerindo. Vamos continuar atentos ao que está acontecendo”, disse. Já os britânicos indicaram que devem intensificar o estrangulamento econômico contra o Kremlin. “A pressão sobre Putin deve ser aumentada tanto por meio de novas medidas econômicas, quanto pelo fornecimento de ajuda militar para garantir que a Rússia mude completamente o curso”, afirmou o premiê britânico, Boris Johnson.

Na pauta doméstica, o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) desacelerou para 1,74% em março ante avanço de 1,83% em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira. O resultado faz o indicador usado como base para o reajuste do aluguel acumular alta de 14,77% em 12 meses, contra a soma de 16,12% no mesmo período encerrado no mês passado. Desde o início do ano, o IGP-M soma alta de 5,49%. Em março de 2021, o índice havia subido 2,94% e acumulava alta de 31,1% em 12 meses. Segundo a pesquisa, os dados da inflação já sofreram influência do mega-aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras no dia 10 de março.

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