Dólar e Bolsa sobem com cenário internacional e reforma ministerial
Câmbio encerra sequência de quedas e vai a R$ 5,21; Ibovespa retorna aos 126 mil pontos
O dólar e a Bolsa de Valores brasileira fecharam em alta nesta quinta-feira, 22, com investidores analisando a manutenção dos estímulos monetários pelo Banco Central Europeu e o aumento acima do esperado no número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Na pauta doméstica, as atenções continuam voltadas para a troca de cadeiras em Brasília com a reforma ministerial anunciada por Jair Bolsonaro (sem partido). A divisa norte-americana interrompeu a sequência de dois dias de queda e fechou com avanço de 0,41%, a R$ 5,213. A cotação chegou a máxima de R$ 5,224, enquanto a mínima não passou de R$ 5,169. O dólar encerrou a véspera com queda de 0,76%, cotado a R$ 5,192. O Ibovespa, referência da B3, fechou com leve avanço de 0,17%, aos 126.146 pontos. O pregão desta quarta-feira, 20, fechou com alta de 0,42%, aos 125.929 pontos.
O Banco Central Europeu confirmou nesta manhã a manutenção de estímulos monetários para mitigar os efeitos da Covid-19 na economia. A entidade se comprometeu em comprar mais 1,85 trilhão de euros em títulos até março do ano que vem, além de manter a taxa de juros em níveis mínimos no momento em que o continente enfrenta o recrudescimento da pandemia com a disseminação da variante Delta. A presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, afirmou que há espaço para os estímulos até que os danos causados pela crise sanitária sejam compensados. No outro lado do Atlântico, o Departamento do Trabalho norte-americano anunciou que 419 mil pessoas pediram o seguro-desemprego na semana passada, acima das projeções de 350 mil. A notícia impactou Wall Street e reduziu parte do otimismo dos investidores com as divulgações positivas dos balanços corporativos.
No cenário doméstico, investidores seguem acompanhando a troca de ministros anunciada por Bolsonaro na véspera. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o desmembramento da pasta para a criação do Ministério do Trabalho e Previdência representa “zero ameaça” ao andamento da política econômica. “Está havendo uma reorganização interna, sem nenhuma ameaça ao coração da política econômica. Zero ameaça”, afirmou em conversa com jornalistas. O governo federal prepara a divisão de parte do Ministério da Economia para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general da reserva, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). As negociações fazem parte da reforma ministerial anunciada pelo presidente na manhã desta quarta-feira e que deve ser oficializada na próxima segunda-feira, 26. Segundo o ministro, a mudança de peças é natural e faz parte da estratégia do governo federal para solidificar a sua sustentação parlamentar, sobretudo no Senado.
Ainda na pauta nacional, o relator da reforma tributária na Câmara, deputado Celso Sabino (PSDB-PA) afirmou que o texto deve ser colocado para votação em agosto, quando o Congresso voltar do recesso parlamentar. “Há vinte anos se discute o melhor modelo de reforma tributária, e nunca passou disso. Agora, nesse ano, se Deus quiser, em agosto a gente vai entregar pela Câmara a reforma tributária desse país”, afirmou. Segundo Sabino, as mudanças impactarão na renúncia de R$ 98 bilhões de arrecadação federal a partir de 2023. Já a tributação dos dividendos deverá somar R$ 40 bilhões extras aos cofres públicos. O montante da diferença será recuperado com o corte de subsídios para empresas, que atualmente custa R$ 300 bilhões ao governo, além do valor economizado com o fim dos supersalários, conforme projeto aprovado pela Câmara na semana passada, mais a isenção do pagamento de benefícios para agentes públicos.
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