Dólar recua com dados da inflação e varejo no radar; Bolsa sobe

IPCA desacelera em janeiro, mas atinge o maior patamar para o mês em seis anos; comércio registra o quinto ano seguido de resultados positivos

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2022 12h29 - Atualizado em 09/02/2022 15h49
Rick Wilking/Reuters cédulas de dólar espalhadas Câmbio inverteu sinal e passou a subir com dados da inflação e varejo

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quarta-feira, 9, com investidores analisando os dados da inflação de janeiro e as vendas do varejo em 2021 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. Por volta das 12h45, o dólar registrava queda de 0,83%, cotado a R$ 5,217. O câmbio chegou a bater máxima de R$ 5,290, enquanto a mínima não passou de R$ 5,213. A divisa encerrou a sessão da véspera com avanço de 1,11%, a R$ 5,260. Acompanhando o clima positivo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, registrava alta de 0,36%, aos 112.641 pontos, após oscilar durante parte da manhã. O pregão desta terça-feira, 8, encerrou com avanço de 0,21%, aos 112.234 pontos.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,54% em janeiro com o encarecimento dos alimentos e bebidas. Apesar da desaceleração ante a alta de 0,73% de dezembro, é o maior registro para o primeiro mês do ano desde 2016. O resultado deixa a variação de preços no patamar de 10,38% em 12 meses, acima dos 10,06% registrados no mesmo período imediatamente anterior. O avanço no acumulado dá margem para o Banco Central (BC) manter o avanço dos juros para buscar trazer a inflação para a meta em 2022 e 2023. O Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a Selic para 10,75% na semana passada e indicou nova alta em março, apesar de menos intensa do que o acréscimo de 1,5 ponto percentual feito nos últimos três encontros. A sinalização levou analistas do mercado financeiro enxergar os juros acima de 12% já no primeiro semestre.

O IBGE também informou nesta manhã que as vendas no varejo fecharam 2021 com alta de 1,4%, o quinto ano seguido de registro positivo. O avanço foi puxado pelo desempenho positivo no primeiro semestre do ano passado, quando a atividade registrou alta de 6,7%. Na segunda metade, no entanto, o ritmo de vendas teve queda de 3%. Em dezembro, a variação ficou negativa em 0,1% ante leve alta de 0,4% em novembro. O setor deve ser desafiado em 2022 pela manutenção da inflação elevada e os reflexos na corrosão do salário dos brasileiros. A alta dos juros, que retrai o consumo e aumenta as taxas para a concessão de crédito, também deve pesar no desempenho das vendas.

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