Dólar fecha abaixo de R$ 4 após nova estratégia do BC
Um movimento global de leve recuperação das moedas emergentes e a nova estratégia do Banco Central no mercado de câmbio tiraram o fôlego do dólar nesta quinta-feira (15). Já em queda desde a abertura, o dólar acentuou as perdas na final do pregão e furou o piso de R$ 4,00, em meio a um leve refresco na aversão ao risco no exterior.
Com máxima de R$ 4,050 e mínima de R$ 3,9808, registrada no meio da tarde, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 3,9901, em queda de 1,21%. Apesar do recuo no pregão, ele ainda acumula alta de 1,26% na semana e avança 4,46% em agosto.
Operadores e analistas viram com bons olhos a nova estratégia de atuação do Banco Central no mercado cambial, mas ressaltam que não há motivos para esperar uma apreciação maior do real no curto prazo. O temor de recessão global, em meio à guerra comercial entre China e Estados Unidos, deixa o mercado sensível a movimentos abruptos de aversão ao risco, que se traduzem em venda de ativos emergentes e compra de dólares.
À exceção do rublo, o dólar amargou perdas em relação a todas as divisas de países emergentes ou exportadores de commodities. Até a moeda argentina, abalada pela perspectiva de volta do kirchnerismo , pegou carona no movimento global de recuo da moeda americana. O dólar caiu mais de 5% e passou a ser negociado abaixo dos 60 pesos.
Em vez de ofertar apenas swaps cambiais tradicionais, o BC vai realizar, no período de 21 a 29 de agosto, leilões diários de venda de até US$ 550 milhões, conjugado com oferta de swaps cambiais reversos (equivalente a compra de dólar futuro). Caso venda lotes integrais durante a intervenção, o BC terá injetado US$ 3,850 bilhões no mercado à vista.
*Com Estadão Conteúdo
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