Dólar fecha em alta após seis semanas consecutivas de desvalorização; Bolsa sobe

Cotação do câmbio vai a R$ 5,15 com invasão da Ucrânia no radar dos investidores; petróleo perde força e é negociado abaixo de US$ 100

  • Por Jovem Pan
  • 25/02/2022 18h27
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

O dólar e a Bolsa brasileira fecharam em alta nesta sexta-feira, 25, em meio ao clima de recuperação global após os fortes impactos causados na véspera pela invasão da Ucrânia por tropas russas. O câmbio fechou com alta de 1%, cotado a R$ 5,156. A divisa chegou a bater a máxima de R$ 5,180, enquanto a mínima não passou de R$ 5,079. O resultado fez o câmbio encerrar a semana com valorização de 0,3%, interrompendo a sequência de seis semanas consecutivas de desvalorização ante o real. Apesar da alta, o dólar acumulou queda de 2,8% em fevereiro e 7,5% desde o início do ano. Seguindo o clima positivo nos mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com alta de 1,4%, aos 113.141 pontos. Com o desempenho, o principal índice da B3 teve alta de 0,2% na semana, enquanto o acumulado em fevereiro foi a 0,8%. Desde janeiro, o Ibovespa já valorizou 8%.

As principais Bolsas do mundo ensaiaram recuperação no último dia da semana. Os indicadores da Alemanha — maior economia da zona do Euro —, França e Reino Unido fecharam com altas próximas de 3%. Nos Estados Unidos o bom humor também favoreceu os negócios e elevou o Dow Jones em 2,5%, enquanto o S&P 500 encerrou com avanço de 2,2%. A Nasdaq, que concentra empresas de tecnologia, fechou com alta de 1,5%. A cotação do petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, perdeu fôlego e fechou com queda de 2%, a US$ 99. Na véspera, o temor de desabastecimento levou a cotação para acima dos três dígitos pela primeira vez desde 2014.

O Conselho da Europa decidiu ‘suspender’, nesta sexta-feira a participação de diplomatas e delegados russos nas principais instâncias da organização pan-europeia. A decisão é uma resposta ao ataque da Rússia contra a Ucrânia . A medida afeta diretamente o Comitê de Ministros e a Assembleia Parlamentar, mas não o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH). No comunicado, o Conselho informou que a suspensão é temporária e que deixa os canais de comunicação abertos. Segundo a organização, “a Rússia continua sendo membro do Conselho da Europa e parte de suas convenções, especialmente a Convenção Européia de Direitos Humanos”.

As forças de Moscou mantiveram o avanço sobre o território russo e tomaram uma série de posições aos arredores de Kiev. Em um pronunciamento nesta manhã, o presidente russo, Vladimir Putin pediu que os militares ucranianos “tomem o controle” da capital. O líder russo sugeriu que o próprio Exército da Ucrânia deveria aplicar um golpe militar no país. “Assumam o controle vocês mesmos. É melhor do que trabalhar com essas pessoas que fizeram a Ucrânia refém”, declarou. A fala ocorre em meio às tratativas de negociação entre os países. Segundo a emissora russa RIA, o presidente da Ucrânia,  Volodymyr Zelensky, convidou Putin, para negociações. Mais cedo, o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, disse que o presidente está disposto a enviar uma delegação para Minsk, capital de sua aliada Bielorrússia, que faz fronteira tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia, para negociações de guerra.

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