Dólar fecha estável e soma alta de 1,8% na semana; Bolsa segura os 125 mil pontos

Temor por disseminação da variante Delta da Covid-19 pressionou humor dos mercados globais, enquanto cena doméstica foi marcada pela reforma ministerial anunciada por Jair Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 23/07/2021 18h22
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Mohamed Abd El Ghany/Reuters Homem mexe em calculadora; ao seu lado há uma pilha de dólares Dólar mantém trajetória de queda e caminha para o sétimo dia seguido de desvalorização ante o real

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro foram impactados pela alta acima do esperado da prévia da inflação de julho e fecharam o acumulado da semana no campo negativo. O dólar encerrou o dia praticamente estável, com queda de 0,05%, a R$ 5,211. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,233, enquanto a mínima não passou de R$ 5,159. O câmbio fechou véspera com alta de 0,41%, cotado a R$ 5,213. O dólar acumulou alta de 1,87% na semana e de 4,78% na prévia do mês. Desde o início do ano, a divisa valorizou 0,44%. Se descolando do bom humor internacional, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com queda de 0,87%, aos 125.052 pontos. O pregão fechou nesta quinta-feira, 22, com avanço de 0,17%, aos 126.146 pontos. O principal índice B3 somou queda de 0,72% na semana, enquanto no mês o recuo foi de 1,37%. Em 2021, no entanto, o Ibovespa soma avanço de 5%.

O humor dos investidores foi impactado negativamente pela alta de 0,72% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação. O resultado foi o mais expressivo para o mês desde 2004 e leva o acumulado nos últimos 12 meses para 8,59%. A semana foi de alta volatilidade nos indicadores com os mercados globais pressionados pela disseminação da variante Delta da Covid-19. Por outro lado, a pauta internacional foi impactada positivamente pelos bons resultados dos balanços corporativos e o anúncio do Banco Central Europeu em manter a política de estímulos monetários com a compra de títulos públicos e juros mínimos.

A cena doméstica foi dominada pelo desmembramento do Ministério da Economia com a reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira, 21. O ministro Paulo Guedes afirmou que a separação da pasta para a criação do Ministério do Trabalho e Previdência representa “zero ameaça” ao andamento da política econômica. “Está havendo uma reorganização interna, sem nenhuma ameaça ao coração da política econômica. Zero ameaça”. O governo federal prepara a divisão de parte do Ministério da Economia para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general da reserva, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Segundo o ministro, a mudança de peças é natural e faz parte da estratégia do governo federal para solidificar a sua sustentação parlamentar, sobretudo no Senado.

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