Dólar fecha estável e soma alta de 1,8% na semana; Bolsa segura os 125 mil pontos
Temor por disseminação da variante Delta da Covid-19 pressionou humor dos mercados globais, enquanto cena doméstica foi marcada pela reforma ministerial anunciada por Jair Bolsonaro
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro foram impactados pela alta acima do esperado da prévia da inflação de julho e fecharam o acumulado da semana no campo negativo. O dólar encerrou o dia praticamente estável, com queda de 0,05%, a R$ 5,211. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,233, enquanto a mínima não passou de R$ 5,159. O câmbio fechou véspera com alta de 0,41%, cotado a R$ 5,213. O dólar acumulou alta de 1,87% na semana e de 4,78% na prévia do mês. Desde o início do ano, a divisa valorizou 0,44%. Se descolando do bom humor internacional, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com queda de 0,87%, aos 125.052 pontos. O pregão fechou nesta quinta-feira, 22, com avanço de 0,17%, aos 126.146 pontos. O principal índice B3 somou queda de 0,72% na semana, enquanto no mês o recuo foi de 1,37%. Em 2021, no entanto, o Ibovespa soma avanço de 5%.
O humor dos investidores foi impactado negativamente pela alta de 0,72% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação. O resultado foi o mais expressivo para o mês desde 2004 e leva o acumulado nos últimos 12 meses para 8,59%. A semana foi de alta volatilidade nos indicadores com os mercados globais pressionados pela disseminação da variante Delta da Covid-19. Por outro lado, a pauta internacional foi impactada positivamente pelos bons resultados dos balanços corporativos e o anúncio do Banco Central Europeu em manter a política de estímulos monetários com a compra de títulos públicos e juros mínimos.
A cena doméstica foi dominada pelo desmembramento do Ministério da Economia com a reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira, 21. O ministro Paulo Guedes afirmou que a separação da pasta para a criação do Ministério do Trabalho e Previdência representa “zero ameaça” ao andamento da política econômica. “Está havendo uma reorganização interna, sem nenhuma ameaça ao coração da política econômica. Zero ameaça”. O governo federal prepara a divisão de parte do Ministério da Economia para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general da reserva, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Segundo o ministro, a mudança de peças é natural e faz parte da estratégia do governo federal para solidificar a sua sustentação parlamentar, sobretudo no Senado.
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