Dólar fica abaixo de R$ 5,30 com expectativa de alta dos juros; Bolsa sobe

Atenção dos investidores se volta para indicações de manutenção ou desaceleração do aumento da Selic nos próximos encontros do Banco Central

  • Por Jovem Pan
  • 01/02/2022 18h17
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FERNANDA LUZ/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de dólar Dólar recua com mercados analisando impactos da inflação nos EUA

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta terça-feira, 1º, véspera do reajuste da taxa de juros pelo Banco Central (BC). O dólar fechou em queda pelo quarto dia seguido, com retração de 0,62%, cotado a R$ 5,273. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,317, enquanto a mínima não passou de R$ 5,266. A recente trajetória de queda deixa a cotação da divisa norte-americana no menor patamar desde 16 de setembro, quando fechou a R$ 5,265. Seguindo o bom humor dos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o primeiro dia do mês com alta de 0,97%, aos 113.228 pontos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve confirmar o acréscimo de 1,5 ponto percentual na Selic nesta quarta-feira, 2, e elevar a taxa de juros a 10,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. A atenção do mercado se volta ao tom do BC para os próximos passos da política monetária, principalmente sobre uma possível indicação da manutenção da escalada ou a desaceleração dos juros. O mercado estima que a Selic encerre o ano a 11,75% ao ano, segundo previsões do Boletim Focus divulgadas nesta segunda-feira, 31. Os dados mais recentes da inflação, no entanto, mudaram a opinião de alguns analistas, que passaram a ver os juros acima de 12% neste ano em meio aos esforços para trazer a variação de preços para a meta em 2022 e 2023, os anos considerados como o horizonte relevante da autoridade monetária.

Ainda na pauta doméstica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta manhã que o governo estuda a redução “moderada” de impostos sobre o diesel, mas indicou que o benefício não deve ser estendido para a taxação da gasolina. Segundo o chefe da equipe econômica, medidas de baratear a gasolina não são vantajosas em um momento em que o país passa por uma série de transformações para uma economia mais verde e digital, inclusive para se adequar às exigências para ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Conforme o ministro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estudada para baixar o preço dos combustíveis terá caráter autorizativo. Guedes afirmou que o governo federal arrecada até R$ 18 bilhões por ano com tributos sobre o diesel, e poderia abrir mão de parte deste valor caso recebesse a autorização. Conforme o ministro, a medida, que foi inicialmente desenhada sem a compensação da perda de recursos, é justificada pelo aumento da arrecadação estrutural do país. Guedes também indicou que o benefício pode ser estendido para outros tributos federais cobrados em cima da linha branca, como geladeira e máquina de lavar. Sobre as propostas no Congresso que limitam a cobrança do ICMS — imposto de origem estadual —, dos combustíveis, Guedes afirmou ser uma questão política e que não vai interferir nos debates, mas que é favorável à medida.

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