Dólar fica abaixo de R$ 5,30 com expectativa de alta dos juros; Bolsa sobe
Atenção dos investidores se volta para indicações de manutenção ou desaceleração do aumento da Selic nos próximos encontros do Banco Central
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta terça-feira, 1º, véspera do reajuste da taxa de juros pelo Banco Central (BC). O dólar fechou em queda pelo quarto dia seguido, com retração de 0,62%, cotado a R$ 5,273. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,317, enquanto a mínima não passou de R$ 5,266. A recente trajetória de queda deixa a cotação da divisa norte-americana no menor patamar desde 16 de setembro, quando fechou a R$ 5,265. Seguindo o bom humor dos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o primeiro dia do mês com alta de 0,97%, aos 113.228 pontos.
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve confirmar o acréscimo de 1,5 ponto percentual na Selic nesta quarta-feira, 2, e elevar a taxa de juros a 10,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. A atenção do mercado se volta ao tom do BC para os próximos passos da política monetária, principalmente sobre uma possível indicação da manutenção da escalada ou a desaceleração dos juros. O mercado estima que a Selic encerre o ano a 11,75% ao ano, segundo previsões do Boletim Focus divulgadas nesta segunda-feira, 31. Os dados mais recentes da inflação, no entanto, mudaram a opinião de alguns analistas, que passaram a ver os juros acima de 12% neste ano em meio aos esforços para trazer a variação de preços para a meta em 2022 e 2023, os anos considerados como o horizonte relevante da autoridade monetária.
Ainda na pauta doméstica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta manhã que o governo estuda a redução “moderada” de impostos sobre o diesel, mas indicou que o benefício não deve ser estendido para a taxação da gasolina. Segundo o chefe da equipe econômica, medidas de baratear a gasolina não são vantajosas em um momento em que o país passa por uma série de transformações para uma economia mais verde e digital, inclusive para se adequar às exigências para ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Conforme o ministro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estudada para baixar o preço dos combustíveis terá caráter autorizativo. Guedes afirmou que o governo federal arrecada até R$ 18 bilhões por ano com tributos sobre o diesel, e poderia abrir mão de parte deste valor caso recebesse a autorização. Conforme o ministro, a medida, que foi inicialmente desenhada sem a compensação da perda de recursos, é justificada pelo aumento da arrecadação estrutural do país. Guedes também indicou que o benefício pode ser estendido para outros tributos federais cobrados em cima da linha branca, como geladeira e máquina de lavar. Sobre as propostas no Congresso que limitam a cobrança do ICMS — imposto de origem estadual —, dos combustíveis, Guedes afirmou ser uma questão política e que não vai interferir nos debates, mas que é favorável à medida.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.