Dólar recua à espera de alta na taxa de juros; Ibovespa avança

Câmbio devolve parte do avanço acumulado na semana passada e abre o mês cotado a R$ 5,16; Bolsa de Valores retoma os 122 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2021 18h16
Willian Moreira/Estadão Conteúdo Mão segura duas cédulas de US$ 1 Dólar segue em alta e se mantém acima de R$ 5,40 após fechar com forte valorização de 1,44% na véspera

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam nesta segunda-feira, 2, no campo positivo com a expectativa de alta na taxa básica de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça e quarta-feira para debater a Selic em meio ao avanço das pressões inflacionárias.O dólar devolveu parte das perdas acumuladas na semana passada ao fechar com queda de 0,86%, a R$ 5,165. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,195, enquanto a mínima não passou de R$ 5,115. A moeda encerrou a semana passada com forte alta de 2,57%, a R$ 5,200, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que o país deve se endividar para financiar o aumento do Bolsa Família. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores, encerrou com alta de 0,59%, aos 122.515 pontos. O índice encerrou a semana passada com queda de 3,08%, aos 121.800 pontos.

Investidores iniciam a semana à espera da decisão do Banco Central para a Selic, atualmente em 4,25% ao ano. A recente aceleração do IPCA faz o mercado apostar em um acréscimo de 1 ponto percentual, elevando a Selic para 5,25%. No último encontro, em junho, o colegiado sinalizou que deveria repetir a dose de 0,75 ponto percentual, mas “deixou a porta aberta” para um acréscimo mais robusto. Em entrevista à Jovem Pan, o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que a autoridade monetária tem condições de controlar a inflação, mas precisa “tomar uma atitude firme”. O mercado financeiro voltou a elevar a perspectiva para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira. Esta é a 17ª semana consecutiva que a estimativa é revisada para cima. Na edição passada, a previsão indicava alta de 6,56%. O BC persegue a meta inflacionária de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. A prévia do índice foi a 0,72% em julho, o maior valor desde 2004, e acumulou 8,59% nos últimos 12 meses. Os analistas do mercado também revisaram para cima a expectativa para o IPCA de 2022, de 3,80% para 3,81%. A meta para o BC no ano que vem é de 3,50%, com variação entre 2% e 5%.

Apesar do novo avanço com as expectativas para a inflação, o mercado manteve a previsão da Selic, a principal ferramenta do BC para conter a variação dos preços, em 7% ao ano em 2021 e 2022. A  estimativa com o Produto Interno Bruto (PIB) também foi revista para cima, com alta de 5,30%, ante 5,29% na edição passada. Foi a 15ª semana seguida que a pesquisa do BC mostrou maior otimismo com a recuperação da economia brasileira em 2021. Para o ano que vem, a previsão se manteve em avanço de 2,10%. A mediana para o câmbio também sofreu leve mudança, de R$ 5,09 para R$ 5,10.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.