Dólar oscila e vai a R$ 5,44 com alívio global e risco fiscal no radar; Bolsa sobe
Mercados devolvem parte das perdas registradas na véspera com temor por corte de estímulos monetários nos EUA e crise energética na China
O dólar opera nesta quarta-feira, 29, sem direção definida com alívio do pessimismo global e o risco fiscal doméstico no radar dos investidores. Por volta das 15h25, a divisa norte-americana subia 0,16%, a R$ 5,433. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,446, enquanto a mínima não passou de R$ 5,393. O câmbio fechou a véspera com alta 0,85%, cotado a R$ 5,424, o maior valor desde o início de maio. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, registrava avanço de 0,9%, aos 111.109 pontos. O desempenho devolve uma parte das perdas da véspera, quando o pregão encerrou com queda de 3,05%, aos 110.123 pontos.
Os mercados globais seguem no campo positivo após um dia de forte pessimismo em meio aos temores pela diminuição dos estímulos do Banco Central norte-americano (Fed, na sigla em inglês). No outro lado do globo, a crise energética na China, em reflexo ao aperto contra matrizes poluentes e a redução da oferta de petróleo, também reforçou o mau humor dos investidores. Ainda na pauta chinesa, Pequim anunciou a compra de parte da empreiteira Evergrande. Apesar da recepção positiva ao movimento, os mercados seguem analisando os riscos de colapso da gigante da construção civil e os reflexos na economia global.
Na cena doméstica, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou hoje o saldo positivo de 372 mil vagas de trabalho formal criadas em agosto, o quarto mês seguido de aceleração na geração de empregos com carteira assinada. Desde o início do ano, o país tem resultado positivo de mais de 2 milhões de postos de trabalho. O setor de serviços — o mais impactado pelas medidas de isolamento social —, voltou a liderar a criação de vagas com carteira assinada. Os investidores também seguem monitorando as tratativas em Brasília para a prorrogação do auxílio emergencial e os seus impactos no risco fiscal. O governo federal busca um acordo para estender o benefício ao menos até dezembro, mas encontra resistência na equipe econômica comandada por Paulo Guedes. À Jovem Pan, auxiliares do Executivo afirmaram que o Ministério da Cidadania dialoga diretamente com pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com lideranças do Congresso para estender o pagamento, que tem prazo para encerrar em outubro. As tratativas caminham na direção de acrescentar dois meses no calendário, prazo visto como o suficiente para que a União consiga definir as fontes de recursos do Auxílio Brasil, o programa social projetado para substituir o Bolsa Família.
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