Dólar recua com inflação dos EUA acima do esperado; Ibovespa sobe

Mercados em todo o mundo analisam os efeitos da alta nas políticas de estímulo monetário da maior economia do globo

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2021 11h50 - Atualizado em 10/06/2021 17h50
Willian Moreira/Estadão Conteúdo Mão segura duas cédulas de US$ 1 Dólar segue em alta e se mantém acima de R$ 5,40 após fechar com forte valorização de 1,44% na véspera

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quinta-feira, 10, com investidores analisando o avanço da inflação acima do projetado nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) foi a 5% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o maior salto anual desde agosto de 2008. A média das análises previa alta de 4,7%. Por volta das 11h40, o dólar registrava queda de 0,47%, cotado a R$ 5,045. A divisa norte-americana chegou a máxima de R$ 5,067, enquanto a mínima não passou de R$ 5,034. O dólar fechou a véspera com alta de 0,68%, a R$ 5,069. Apesar do otimismo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da B3, operava com leve alta de 0,01%, aos 129.901 pontos. O pregão desta quarta-feira, 9, encerrou com alta de 0,09%, aos 129.906 pontos.

Mercados em todo o mundo acompanham o segundo avanço consecutivo da inflação norte-americana e os reflexos na política monetária do país. O CPI subiu 0,6% em maio ante abril, quando já havia registrado avanço de 0,8%. As duas altas vieram acima das projeções do analistas, que passam a enxergar um possível movimento do Banco Central dos EUA (Fed, em inglês) na diminuição dos estímulos para frear o crescimento da inflação. A autoridade monetária vai divulgar na quarta-feira, 16, os próximos rumos da política monetária. A expectativa é que o Fed mantenha os juros em valores mínimos e continue a compra de títulos públicos para alavancar a economia após o choque do novo coronavírus. Ainda nos EUA, o Departamento de Trabalho informou nesta manhã que registrou 376 mil pedidos de seguro-desemprego na semana passada, pouco acima dos 370 mil esperados pelos analistas.

Ainda no cenário internacional, o Banco Central Europeu manteve a política de estímulos em meio ao processo de recuperação econômica. A autoridade monetária se comprometeu em deixar os juros em patamares reduzidos, além de comprar US$ 2,2 trilhões em títulos públicos até março de 2022. Segundo a presidente Christine Lagarde, a inflação, que está abaixo de 2%, deve recuar em breve. “A inflação acelerou nos últimos meses, em grande parte por conta de efeitos de base, fatores transitórios e aumento dos preços de energia. Espera-se que suba ainda mais na segunda metade do ano, antes de cair à medida que fatores temporários desaparecem”, afirmou.

Na pauta doméstica, investidores aguardam pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entre a próxima terça e quarta-feira para decidir a nova taxa de juros da economia brasileira. A autoridade monetária elevou a Selic para 3,5% em maio ao acrescentar 0,75 ponto percentual. As expectativas apontam para um novo ajuste da mesma magnitude, levando a taxa para 4,25%. A inflação subiu 0,83% em maio, o maio valor para o mês em 25 anos, e acumulou alta de 8,06% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados nesta quarta-feira.

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