Dólar recua com mercados de olho na inflação dos EUA; Ibovespa sobe

Arquivo/Agência Brasil Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

O mercado financeiro brasileiro opera no campo positivo nesta segunda-feira, 24, com os investidores analisando indícios de recuperação das economias mais desenvolvidas, sobretudo dos Estados Unidos, e o risco de alta inflacionária que poderia levar ao corte das políticas de estímulo. Por volta das 14h, o dólar registrava queda de 0,66%, cotado a R$ 5,318 depois de alcançar máxima de R$ 5,375 e mínima de R$ 5,311. O câmbio encerrou a semana passada com alta de 1,44%, a R$ 5,353. Seguindo o bom humor das Bolsas internacionais, o Ibovespa, referência da B3, operava com alta de 0,94%, aos 123.719 pontos. O pregão de sexta-feira, 21, fechou com recuo de 0,09%, aos 122.592 pontos.

Mercados em todo o mundo seguem analisando a sequência de resultados positivos nos EUA, zona do Euro e Reino Unido, renovando o otimismo de recuperação da economia global após o choque do novo coronavírus. Os sinais de melhora, no entanto, também indicam alta da inflação, o que poderia levar ao corte de estímulos monetários. No caso norte americano, o Banco Central (Fed, na sigla em inglês), havia se comprometido a manter a compra de títulos públicos e a segurar os juros aos níveis mínimos até que os resultados começassem a refletir na criação de empregos e na variação dos preços, previsto apenas para 2023.  A alta de 4,2% da inflação em abril, acima do esperado, acendeu um alerta entre os investidores de que essas mudanças poderiam acontecer antes do planejado, apesar de a autoridade monetária ter afirmado que o repique é transitório.

No cenário doméstico, o mercado financeiro revisou as perspectivas de alta para a recuperação da economia brasileira em 2021 e do avanço da inflação. Segundo dados do Boletim Focus, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou de 3,45% para 3,52%, a quinta revisão seguida. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi estimado em 5,24%, encostando no teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 5,25%. A autoridade monetária nacional também divulgou nesta manhã as diretrizes para o lançamento de uma moeda digital oficial. Em nota, o BC afirmou que o projeto está em discussão desde agosto do ano passado e que deve convocar a iniciativa privada para participar dos debates. A moeda digital deverá ser emitida pelo BC como uma extensão do real.

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