Dólar sobe às vésperas de decisões de juros no Brasil e nos EUA; Bolsa recua

Câmbio opera na casa de R$ 5,08 com indefinições das políticas monetárias; Ibovespa oscila entre os 130 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2021 12h22 - Atualizado em 15/06/2021 12h34
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Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo Mão segura notas de dólar Brasil e os Estados Unidos firmaram acordo e prometeram reduzir barreiras não tarifárias no comércio bilateral

Mercados em todo o mundo estão em compasso de espera pela definição da política monetária dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 16, e os recados que o Banco Central (Fed) vai passar após os recentes avanços da inflação. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também divulga amanhã os novos rumos da taxa de juros, com expectativa de aumentar 0,75 ponto percentual, elevando a Selic para 4,25% ao ano. Porém, cada vez mais cresce a expectativa de uma alta mais intensa, de ao menos 1 ponto percentual. Diante deste clima de incerteza, por volta das 12h15, o dólar registrava avanço de 0,23%, cotado a R$ 5,082. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,105, enquanto a mínima não passou de R$ 5,057. O câmbio encerrou a véspera com queda de 1,01%, cotado a R$ 5,071. O Ibovespa, referência da B3, operava com queda de 0,2%, aos 129.949 pontos. O pregão desta segunda-feira, 14, encerrou com alta de 0,59%, aos 130.207 pontos.

Investidores aguardam pela posição da autoridade monetária dos EUA e as possíveis mudanças na política de estímulos. A expectativa é que o Fed mantenha os juros baixos e a compra de títulos públicos, a despeito do crescimento da inflação em abril e maio. A mudança na estratégia poderia impactar em um crescimento menor da principal economia do globo e drenar parte dos dólares do mercado internacional. Já no Brasil, a situação é o inverso. A maior aposta do mercado é para um novo acréscimo de 0,75 ponto percentual da Selic, jogando a taxa para 4,25% ao ano. Porém, cada vez mais analistas enxergam a necessidade de uma alta mais robusta, em torno de 1 ponto percentual, para conter o avanço inflacionário. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 0,83% em maio e acumulou alta de 8,06% em 12 meses. A alta deve seguir até o fim do ano por causa do processo de recomposição integral da política monetária, e não mais parcial como vinha se falado até então, com os juros ainda em patamar reduzido para dar tração à retomada econômica. A expectativa do mercado é que a Selic encerre 2021 a 6,25%, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira.

No cenário doméstico, as atenções seguem os desdobramentos em Brasília para a votação da Medida Provisória para a privatização da Eletrobras, que deve ser pautada pelo Senado nesta quarta-feira. Entre os pontos de debate, se destacam a preocupação da perda da soberania no setor elétrico, o aumento da tarifa de luz e a perda de fontes renováveis de energia. Atualmente, a Eletrobras é responsável por pelo menos 30% da energia do país e gerou R$ 30 bilhões de lucros nos últimos três anos. Um estudo da consultoria legislativa do Senado apontou que a MP é inconstitucional. O documento mostrou que a Constituição exige a realização de licitação tanto de estatais quanto de usinas. Assim, não seria possível, segundo nota da consultoria, “adotar casuisticamente o aumento de capital mediante subscrição pública de ações, um instrumento do direito societário, como se licitação pública fosse”.

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