Dólar tem terceiro dia de alta com greve dos caminhoneiros e vai a R$ 3,73

  • Por Estadão Conteúdo
  • 28/05/2018 18h54
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Fotos Públicas Dólar sobe após autoridade monetária dos EUA reafirmar compromisso com juros baixos Moeda norte-americana fechou em alta de 1,90%, cotada em R$ 3,7331, a terceira valorização consecutiva, no segmento à vista
O dólar teve novo dia de nervosismo no mercado doméstico e renovou sucessivas máximas nesta segunda-feira (28) por conta das incertezas geradas pela greve dos caminhoneiros e seus possíveis efeitos na atividade econômica e nas contas fiscais do governo. Na avaliação de profissionais de câmbio, o governo pode ter cedido demais para atender às demandas dos caminhoneiros. A divisa dos Estados Unidos fechou em alta de 1,90%, cotada em R$ 3,7331, a terceira valorização consecutiva, no segmento à vista. Na máxima do dia, chegou a bater em quase R$ 3,74. O giro ficou em US$ 1,103 bilhão.

Com feriado nos Estados Unidos e em Londres, notícias do mercado doméstico ditaram o ritmo dos negócios no mercado de câmbio nesta segunda-feira. A principal delas segue com os desdobramentos da paralisação dos caminhoneiros, que entrou na segunda semana. Operadores de câmbio relatam que um dos temores do mercado é que mais setores sejam prejudicados pela greve e/ou mais categorias resolvam paralisar suas atividades, afetando a já frágil recuperação da economia. As projeções de crescimento do produto Interno Bruto (PIB) já vinham sendo revisadas para baixo nas últimas semanas por bancos como o Bank of America Merrill Lynch e o UBS e o temor é que novas reduções possam vir pela frente.

Outro fator que ajudou a ampliar o mau humor foi a forte queda das ações da Petrobras, que recuaram mais de 14%. Segundo um operador, o investidor estrangeiro vende o papel da petroleira e compra dólar, em meio ao temor de mais ingerência política na companhia.

“O governo pode estar cedendo mais do que o necessário”, afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo ao falar das concessões do Planalto para os caminhoneiros, que incluem redução do preço do diesel e suspensão do pedágio para eixo suspenso. Para ele, a crise gerada pela greve ainda terá muitos desdobramentos e a recuperação dela não será rápida. “Com esse cenário ruim, o mercado compra dólar”, disse ele.

Na sua avaliação, a moeda norte-americana, que vem de uma onda de fortalecimento ante outras moedas no mundo, mudou de patamar no Brasil e não deve voltar para a casa dos R$ 3,20. Galhardo acredita que a divisa vai ficar no intervalo entre R$ 3,50 a R$ 3,80. O profissional avalia que talvez se o Banco Central tivesse entrado antes no mercado pudesse conter a disparada da moeda norte-americana. Mas resolveu esperar e inicialmente ofertou apenas o equivalente a US$ 250 milhões em swap. “O mercado queria mais. Havia muita demanda por hedge”, disse ele. Em seguida, o BC elevou o volume em três vezes, para US$ 750 milhões e a avaliação é que, nesse quadro de renovada incerteza doméstico e dólar forte no exterior, mais pode ser necessário.

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