Dólar vai a R$ 5,10 com pessimismo global após invasão da Ucrânia; Bolsa recua
Conflito no Leste Europeu derrubou mercados ao redor do mundo e fez preço do petróleo romper a barreira dos US$ 100 pela primeira vez desde 2014
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo negativo nesta quinta-feira, 24, em um dia de fortes baixas no mundo todo após a Rússia avançar sobre a Ucrânia e deflagrar a primeira guerra no território europeu desde a década de 1990. O dólar interrompeu a sequência de 4 dias em queda e encerrou com forte alta de 2%, a R$ 5,105. Este foi o maior salto diário da moeda em cinco meses. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,163, enquanto a mínima não passou de R$ 5,036. Na véspera, o dólar encerrou com recuo de 0,95%, a R$ 5,004 — a menor cotação desde o fim de junho. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, chegou a despencar 2% ao longo do dia, mas recuperou parte do terreno e fechou com recuo de 0,37%, aos 111.591 pontos. O pregão encerrou nesta quarta-feira, 23, com queda de 0,94%, aos 111.827 pontos.
Após meses de tensão, a Rússia avançou sobre o território ucraniano nesta manhã após já ter ocupado duas províncias rebeldes na região Leste do país no início da semana. Informações apontam que as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, enquanto dezenas de cidades registram conflitos e bombardeios. As principais potências do Ocidente reforçaram as sanções impostas à Rússia, mas negaram a entrada no conflito. Os mercados em todo o mundo foram impactados. O índice referência de Moscou fechou com queda de 33%, enquanto as principais Bolsas da Europa recuaram cerca de 4%. A eclosão do conflito fez o barril de petróleo tipo Brent — usado como referência pela Petrobras — disparar 8% e romper a barreira de RS$ 100 pela primeira vez desde 2014. A cotação perdeu fôlego e passou a ser cotada a US$ 99 no fim do dia.
A instabilidade gerada pelo conflito reverbera em todo o mundo, e no Brasil essas ondas podem levar ao aumento geral de alimentos e combustíveis, o que deve fazer com que a inflação se mantenha pressionada acima dos dois dígitos. Em resposta, o Banco Central (BC) vai ser obrigado a prolongar a escalada dos juros, gerando mais barreiras ao desenvolvimento da economia em um ano já cercado por desafios. Além disso, o país pode ter que enfrentar a quebra de acordos com as nações e a suspensão de exportações e importações, trazendo impactos para as empresas e para os consumidores finais.
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