Em ata, Copom justifica por que interrompeu ciclo de cortes e abre espaço para aumento dos juros

Comitê do Banco Central destacou a importância de ‘permanecer vigilante’ e reafirmou que ‘eventuais ajustes futuros na Selic serão determinados pelo compromisso em fazer a inflação convergir para a meta

  • Por da Redação
  • 25/06/2024 12h16 - Atualizado em 25/06/2024 13h35
Raphael Ribeiro/BCB Roberto Campos Neto em audiência do BC O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a ata de sua última reunião, reiterando a necessidade de manter uma postura contracionista na política monetária por um período suficiente para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas em torno das metas estabelecidas. Além disso, o Copom destacou a importância de “permanecer vigilante” e reafirmou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros serão determinados pelo compromisso em fazer a inflação convergir para a meta. Durante a discussão sobre a manutenção da taxa em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes que havia sido iniciado em agosto, foram analisados indicadores como mercado de trabalho e atividade econômica, que têm apresentado resultados diferentes do esperado.

O comitê também observou um aumento nas projeções de inflação para os próximos anos, mesmo com a retirada do condicionante da taxa Selic da pesquisa Focus. As expectativas de inflação, segundo o Copom, estão mais desalinhadas desde a última reunião, e o cenário externo continua desfavorável, com a perspectiva de taxas de juros elevadas nos países desenvolvidos. O comitê indicou que os juros devem permanecer estáveis por um longo período, introduzindo um cenário alternativo que considera a Selic estável até o final de 2025. Em relação às contas públicas, o BC afirmou que está monitorando de perto os desenvolvimentos recentes da política fiscal, que impactam diretamente a política monetária e os ativos financeiros. A condução das contas públicas pelo governo Lula tem sido alvo de escrutínio devido às mudanças nas metas fiscais e à dificuldade em cortar gastos.

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Na reunião anterior, o colegiado vinculado ao BC debateu sobre o balanço de riscos para a inflação, considerando se há mais chances de alta. Apesar de alguns membros destacarem a incorporação de parte dos riscos no cenário central, houve preocupação com a persistência do hiato do produto e da inflação de alimentos. No entanto, a maioria decidiu manter o balanço de riscos simétrico nessa reunião.

Publicada por Felipe Cerqueira

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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