‘Estou sem a luz’, afirma Guedes ao ser questionado sobre Petrobras

Informações divulgadas nesta manhã apontaram para desistência de Adriano Pires, indicado pelo governo federal para assumir a presidência da estatal; Palácio do Planalto nega que foi informado de recuo

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2022 18h35
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO O ministro da economia, Paulo Guedes Ministro da Economia, Paulo Guedes, evitou fazer comentários sobre mudanças na Petrobras

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que está “sem a luz” ao ser questionado nesta segunda-feira, 4, sobre informações da Petrobras após a saída do presidente Joaquim Silva e Luna. O chefe da equipe econômica participou de um almoço com empresários em um hotel no Rio de Janeiro. Ao sair do evento, um repórter pediu para que Guedes “desse uma luz” sobre a Petrobras. “Estou sem a luz”, respondeu o ministro antes de fechar a porta do carro. Informações divulgadas nesta manhã apontaram para a desistência do economista Adriano Pires, indicado pelo governo federal na semana passada para assumir o comando da estatal. Em nota, o Ministério de Minas e Energia e o Palácio do Planalto negaram que foram informados sobre o recuo.

A nomeação de Pires ainda precisa ser aprovada pela Assembleia-Geral dos acionistas, que ocorrerá no dia 13 de abril. Na sexta-feira, 1º, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCUsolicitou a abertura de uma investigação sobre a indicação. A intenção é apurar se há conflito de interesses, já que Pires é fundador e sócio diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria que presta serviço no mercado de energia para dezenas de empresas e entidades. O economista chegou a ser indicado para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no fim de 2018, no fim do governo do então presidente Michel Temer (MDB). Na época, o TCU também abriu investigação para apurar conflito de interesses e ele decidiu abrir mão do cargo.

O economista havia sido indicado após semanas de atritos entre Luna e Silva e o presidente Jair Bolsonaro (PL) devido a política de reajuste de preços dos combustíveis. No dia 10 de março, a estatal anunciou a elevação dos preços nas refinarias da gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16,1%). O aumento ocorreu em meio à disparada do barril de petróleo do tipo Brent, usado como referência para a formulação dos preços, em reflexo das incertezas no mercado geradas pela guerra no Leste Europeu. O general da reserva do Exército assumiu o cargo no lugar de Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro do ano passado também em meio uma crise aberta com o governo federal por reajustes nos combustíveis. Ele estava no comando da estatal desde 2019 por indicação de Guedes.

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