Etanol, café e mandioca puxam inflação de 2021; confira os itens que mais subiram
IPCA encerra o ano com alta de 10%, o maior registro em 6 anos; encarecimento das commodities, alta do dólar e questões climáticas impactam variação de preços
A ida dos brasileiros aos supermercados se tornou um desafio em 2021. Pressionado pelo desemprego em patamares elevados, a redução da renda e o encarecimento dos produtos, o orçamento das famílias precisou se readequar constantemente. A alta de 10,06% da inflação no acumulado do ano materializa o sentimento de que o dinheiro ficou mais curto nos últimos meses, principalmente para a camada mais vulnerável da população. Foi o maior registro desde 2015, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 10,67%. Entre os grupos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os transportes representaram a maior variação (21%) — resultado puxado principalmente pelos combustíveis (49%). Na segunda posição aparece a habitação (13%), influenciada pelo encarecimento da energia elétrica (21,2%). Atrás aparece o segmento de alimentação e bebidas (7,9%). Somadas, as três categorias correspondem a 79% do IPCA.
Na lista por produtos, a carestia foi liderada pela alta do etanol (62,2%), seguido pelo café moído (50,2%) e da mandioca (48%). O açúcar refinado apareceu na quarta posição (47,8%), com variação levemente acima da gasolina (47,4%). Óleo diesel (46%), pimentão (39,1%), gás veicular (38,7%), açúcar cristal (37,5%) e mudanças (37%) completaram a parte de baixo da lista dos itens que mais subiram. O destaque dos itens agrícolas e dos combustíveis na ponta de cima é explicado pela junção de aumento do preço das commodities, desvalorização do real ante o dólar e a crise hídrica enfrentada nos últimos meses.
Na questão da produção agrícola, as questões climáticas impactaram em perda de grande parte da produção, enquanto o dólar elevado aumentou os custos para o cultivo, visto que grande parte dos insumos é comprado no mercado internacional. Fatores semelhantes explicam a carestia dos combustíveis, que tem a situação agravada pela alta internacional do barril do petróleo em consequência da recuperação da economia global no pós-pandemia. A questão climática também explica o etanol no topo da lista. Com a quebra nas plantações de cana-de-açúcar, o produto ficou mais caro, puxando também para cima a gasolina, que usa o etanol em parte da sua composição.
Os 50 itens que mais subiram em 2021, em %
ETANOL | 62,23 | |
CAFÉ MOÍDO | 50,24 | |
COMBUSTÍVEIS (VEÍCULOS) | 49,02 | |
MANDIOCA (AIPIM) | 48,08 | |
AÇÚCAR REFINADO | 47,87 | |
GASOLINA | 47,49 | |
ÓLEO DIESEL | 46,04 | |
PIMENTÃO | 39,16 | |
GÁS VEICULAR | 38,72 | |
AÇÚCAR CRISTAL | 37,55 | |
MUDANÇA | 37,09 | |
GÁS DE BOTIJÃO | 36,99 | |
MAMÃO | 36,01 | |
COMBUSTÍVEIS (DOMÉSTICOS) | 35,99 | |
REVISTA | 35,68 | |
TRANSPORTE POR APLICATIVO | 33,75 | |
FUBÁ DE MILHO | 32,82 | |
FILÉ-MIGNON | 30,91 | |
FRANGO EM PEDAÇOS | 29,85 | |
PERA | 29,59 | |
PNEU | 28,94 | |
GÁS ENCANADO | 28,49 | |
AÇÚCAR DEMERARA | 28,07 | |
PEPINO | 26,11 | |
MELANCIA | 25,53 | |
MELÃO | 24,74 | |
COMBUSTÍVEIS E ENERGIA | 24,36 | |
ALIMENTO PARA ANIMAIS | 23,70 | |
AVES E OVOS | 23,55 | |
MARGARINA | 23,13 | |
MATERIAL HIDRÁULICO | 23,12 | |
MANGA | 22,40 | |
VIDEOGAME (CONSOLE) | 21,89 | |
BANANA-MAÇÃ | 21,67 | |
REVESTIMENTO DE PISO E PAREDE | 21,23 | |
ENERGIA ELÉTRICA RESIDENCIAL | 21,21 | |
ENERGIA ELÉTRICA RESIDENCIAL | 21,21 | |
TRANSPORTES | 21,03 | |
TRANSPORTES | 21,03 | |
REFRIGERADOR | 20,21 | |
ESPONJA DE LIMPEZA | 19,98 | |
FRANGO INTEIRO | 19,89 | |
TELEVISOR | 19,17 | |
FERRAGENS | 18,87 | |
ABOBRINHA | 18,77 | |
MÓVEL PARA COPA E COZINHA | 18,76 | |
ÓLEO LUBRIFICANTE | 18,62 | |
MILHO (EM GRÃO) | 18,61 | |
TOMATE | 18,60 | |
AÇÚCARES E DERIVADOS | 18,42 |
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