Ex-Nobel da Economia, Paul Krugman diz que Fed não tem escolha a não ser continuar a subir os juros

Economista afirma que situação pode levar os Estados Unidos a uma recessão até o fim de 2022

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2022 19h11
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FRANCK ROBICHON/AFP O economista americano e vencedor do Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman fala com jornalistas Economista Paul Krugman afirma que o banco americano tenta esfriar a economia sem registrar uma queda que possa levar a uma recessão

O economista, vencedor do prêmio Nobel de economia em 2008, Paul Krugman, afirmou, nesta quarta-feira, 10, que a subida de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), pode levar o país americano a uma recessão. “Temos atualmente um debate maluco se estamos numa recessão ou não nos EUA. A economia está onde está não importa o rótulo que você coloque”, disse o especialista durante o evento Febraban Tech, em São Paulo. De acordo com Krugman, para que aconteça uma recessão, tanto o PIB quanto o emprego deveriam estar em queda. No país, a atividade despencou nos dois primeiros trimestres. No entanto, o especialista aponta que o mercado de trabalho segue em alta. “Estamos numa situação estranha agora. Temos dois trimestres oficialmente em crescimento negativo e muita gente gritando recessão. Mas o emprego ainda continua forte. Temos algumas pistas e dados de negócios de alta rotatividade que mostram que o emprego pode ter atingido um pico. A grande questão é: quando pode ocorrer [uma recessão]?”, comentou. Para o ex-Nobel, a economia americana ainda não está em recessão, mas pode entrar em uma no fim de 2022.  “A atividade [nos EUA] está claramente desacelerando e a razão é, basicamente, devido à política monetária, porque o Fed está tentando desacelerar a economia”. Krugman afirma que o banco americano tenta esfriar a economia sem registrar uma queda que possa levar a uma recessão. “Essa é uma tarefa complicada. Se nós virmos uma grande freada nos EUA será somente porque o Fed não vai parar de subir os juros até ver [a recessão]. Então, provavelmente, veremos uma recessão, mas não acho que será realmente algo tão ruim”, concluiu.

 

 

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