Federação de petroleiros faz protesto e promete entrar com ação judicial contra Caio Paes de Andrade

Entidade sindical considera que aprovação do indicado pelo governo foi ilegal por falta de currículo no setor de petróleo

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2022 17h03
Divulgação / FUP Sindicalistas carregam bandeira vermelha da Frente Única dos Petroleiros em frente à sede da empresa no Rio de Janeiro Sindicalistas carregam bandeira vermelha da Frente Única dos Petroleiros em frente à sede da empresa no Rio de Janeiro

A Frente Única dos Petroleiros (FUP) prometeu entrar com uma ação judicial contra a nomeação de Caio Paes de Andrade como presidente da Petrobras, confirmada nesta segunda, 27, pelo Conselho da empresa. Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral da entidade sindical, a ação em conjunto com a Associação de Acionistas Petroleiros (Anapetro), deve ser movida ainda hoje no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa estatal. O argumento é de que Andrade não pode ocupar o cargo por não ter experiência no setor de petróleo, nem ter comandado uma empresa de porte similar, e também que deveria ter sido realizada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas.

“A decisão do Conselho de Administração da empresa é ilegal, pois o currículo e a experiência profissional do indicado são reconhecidamente insuficientes para gerir a maior empresa do Brasil, o que fere a Lei das Estatais”, afirmou o sindicalista em nota – ele ainda diz que a indicação é “mais um puxadinho eleitoreiro do [presidente Jair] Bolsonaro. A FUP também realizou um protesto em frente à sede da Petrobras em conjunto com a Frente Nacional de Petroleiros (FNP) e pretende entrar com outra ação na Comissão de Valores Mobiliários, órgão do poder Executivo que averigua casos relativos a empresas listadas em Bolsas de Valores, como a Petrobras.

O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da Petrobras aprovou o nome de Andrade na última sexta, 24. O Celeg é a instância interna da companhia que avalia os nomes indicados para o Conselho de Administração, considerando quesitos como idoneidade e experiência, e aprovou o executivo sem ressalvas, apenas as de praxe, como não fazer negócios entre empresas próprias e a Petrobras. Já o Conselho de Administração aprovou o economista por sete votos a três – um dos votos contrários foi da conselheira que representa os trabalhadores da Petrobras, Rosangela Buzanelli. O novo presidente da Petrobras é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, possui pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University. Após décadas de experiência no setor privado, Andrade passou a integrar o Ministério da Economia em 2019, inicialmente como presidente da SERPRO, estatal de Tecnologia de Informação e, posteriormente, como Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital.

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