Grupo de Trabalho da reforma tributária deixa carne fora da cesta básica e propõe cashback para população de baixa renda

Arthur Lira, presidente da Câmara, argumenta que a inclusão da proteína elevaria a alíquota geral em 0,57%; texto será votado no plenário da Casa na próxima semana

  • Por da Redação
  • 04/07/2024 12h16
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Bruno Spada/Câmara dos Deputados Coletiva de imprensa dos Membros do GT para apresentação do Relatório da reforma tributária Coletiva de imprensa dos Membros do GT para apresentação do Relatório da reforma tributária

O Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados responsável pela regulamentação da reforma tributária divulgou nesta quinta-feira (4) que as carnes não serão incluídas na lista de produtos da cesta básica nacional, que terá alíquota zero quando a reforma entrar em vigor. A decisão tem gerado polêmica e se tornou um ponto de disputa política. A ausência de carnes na cesta básica foi defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que afirmou que a inclusão elevaria a alíquota geral em 0,57%, tornando-se um “preço pesado para todos os brasileiros”. A decisão final foi tomada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para evitar o aumento dos novos tributos, IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).

A exclusão das carnes gerou críticas, especialmente de parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a defender, inicialmente, a inclusão do frango na cesta básica. Lula argumentou que carnes como frango são consumidas diariamente pela população mais pobre e deveriam ser isentas de impostos. Bolsonaro ironizou a proposta de Lula, comentando nas redes sociais que “a picanha se transformou em pé de galinha”. A discussão se intensificou com Lula sugerindo a diferenciação na tributação de cortes específicos de carne, o que foi considerado inviável pelo Ministério da Fazenda devido a dificuldades de fiscalização.

O relator do grupo de trabalho, deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE), afirmou que a decisão de não incluir carnes na cesta básica visa priorizar o cashback para a população de baixa renda, garantindo que quem realmente necessita receba o benefício da tarifa zero. O grupo também decidiu que produtos de cuidados básicos para a saúde menstrual terão alíquota zero. A lista inclui absorventes, tampões higiênicos, calcinhas absorventes e coletores menstruais. O texto da reforma será votado no plenário da Câmara na próxima semana. As decisões polêmicas, incluindo a exclusão das carnes, serão discutidas entre deputados, líderes partidários e suas bancadas. O deputado Cláudio Cajado (PP-BA) destacou que o diálogo agora será conduzido na Casa para aprovação do texto.

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A reforma tributária prevê a unificação de cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — em dois impostos sobre valor agregado: a CBS, gerida pela União, e o IBS, com gestão compartilhada entre estados e municípios. A alíquota de referência para esses tributos está projetada em 26,5%. A transição para o novo modelo começará em 2026, com a CBS sendo completamente instituída em 2027 e o IBS adotado definitivamente em 2033 após um período de convivência com os tributos atuais.

Publicada por Felipe Cerqueira

Reportagem produzida com auxílio de IA

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