Ibovespa cai 0,9% e encerra na mínima do dia, no menor nível desde 14 de agosto
Bolsa oscilou ao sabor do comunicado do Federal Reserve e das palavras do presidente da instituição dos Estados Unidos, Jerome Powell, além da decisão do Copom sobre a Selic
O Ibovespa oscilou ao sabor do comunicado do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e das palavras do presidente da instituição dos Estados Unidos, Jerome Powell, após a decisão – conforme a expectativa majoritária do mercado – de cortar a taxa de juros da maior economia do mundo em 50 pontos-base, a primeira redução desde 2020, o que a princípio deu impulso moderado aos índices de ações em Nova York no meio da tarde – mas não sustentado também por lá no fechamento do dia, levemente negativo. No Brasil, além do Fed, os investidores aguardam ainda o comunicado do período da noite do Comitê de Política Monetária (Copom).
A previsão é de que a Selic volte a subir, provavelmente em 25 pontos-base, o que manteria o juro doméstico em nível atrativo para o estrangeiro – inclusive com relação a fluxo externo para a B3, cujas ações ainda teriam desconto a oferecer. Assim, de olho no Fed mas à espera do Copom, a corrente do dia manteve o Ibovespa em modo de cautela ao longo desta ‘super quarta’ em que o índice de referência esboçou reação no meio da tarde, mas encerrou na mínima do dia, em queda de 0,90%, aos 133 747,69 pontos.
O giro foi bastante reforçado, a R$ 37,6 bilhões, nesta quarta-feira de vencimento de opções sobre o índice. Na semana, em retração nas últimas duas sessões, o Ibovespa cai 0,84%, colocando a perda do mês a 1,66%. No ano, o índice passou nesta quarta-feira também ao negativo (-0,33%). Agora aos 133,7 mil pontos, foi o menor nível de fechamento desde 14 de agosto.
A referência da B3 mudou de sinal e testou alta nos minutos seguintes à divulgação do comunicado do Fed, às 15h, e voltou a renovar máxima do dia depois das 15h30, aos 135.203,32 pontos, durante a fala do presidente da instituição. Ao decidir pela redução dos juros em 0,50 ponto porcentual, o Federal Reserve apontou em comunicado que seus dirigentes têm registrado “maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%, e julga que os riscos de atingir seus objetivos para emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados.
” De acordo com o documento, “o cenário econômico é incerto e o Comitê está atento aos riscos dos dois lados do mandato duplo”. O Fed alterou a redação de trecho do comunicado que trata da inflação, destacando progressos na área. O Federal Reserve cortou os Fed Funds em 50 pontos-base, para a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano, em decisão por 11 votos a 1.
Dentre os 19 dirigentes do Federal Reserve presentes na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) desta quarta-feira, nove acreditam que os juros terminarão este ano entre 4,5% e 4,25%, faixa 50 pontos-base menor do que a atual, após o corte desta quarta.
Outros sete dirigentes acreditam que a taxa terminará 2024 entre 4,5% e 4,75%, enquanto dois banqueiros centrais defendem que os juros devem encerrar este ano no nível atual, entre 4,75% e 5%. A mediana das projeções para a taxa dos Fed Funds caiu de 5,1% em junho para 4,4% nesta quarta. Na entrevista coletiva desta tarde, Jerome Powell afirmou que não há “um curso predeterminado” para administrar a taxa de juros, e que o BC americano continua dependente de dados econômicos para adotar as decisões de política monetária a cada reunião.
Ele ressaltou também que os dirigentes estão atentos aos riscos para atingir os objetivos de seus dois mandatos, que são a estabilidade de preços e a máxima geração de empregos. “A nossa postura paciente no último ano gerou dividendos”, disse Powell, ao destacar a postura do Fed de manter as taxas de juros restritivas para conter a alta da inflação.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Keller
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